sexta-feira, outubro 25, 2019

A Sagrada Face

Véu de Verônica
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O Evangelista Lucas, médico e artista grego, ao que tudo indica, não foi testemunha ocular da vida de Jesus e teria obtido muitas informações, para seus registros escritos, diretamente da Virgem Maria. Além disso, supõe-se que ele tenha sido o primeiro pintor a reproduzir Maria com o Menino Jesus (ver links relacionados, abaixo).
Pelos estudos sobre o assunto, imagina-se que Nossa Senhora tivesse em torno de quinze anos, quando deu à luz seu Filho. Lucas aderiu ao Cristianismo após a Ascensão de Jesus e supõe-se que tenha escrito o Evangelho entre os anos 60 e 70 d.C. Logo, deve ter entrevistado a Santíssima Virgem quando ela tinha entre 48 e 75 anos, ou entre 48 e 85 anos de idade. Provavelmente, para retratá-la, imaginou-a mais jovem; ou foi-lhe dada a graça de uma visão com ela e o Menino Jesus no colo.
Mas o que desejo ressaltar aqui é a semelhança que achei entre Nossa Senhora dos quadros supostamente de autoria de São Lucas e as imagens da Sagrada Face de Jesus retratadas no Santo Sudário e no Véu de Verônica. A semelhança entre o rosto do Santo Sudário e o do véu de Verônica é marcante, sugere vir mesmo de uma só pessoa. E não se pode dizer que tenha havido nenhuma interferência humana com o intuito de "fabricar" tais semelhanças, pois que esses “documentos” vêm de fontes bastante distintas.
Tal semelhança entre o rosto de Nossa Senhora e o rosto de Jesus não é de causar surpresa, já que a única fonte de DNA da nossa matéria que Ele teve foi dela. O mistério de sua configuração Divina enquanto homem, este não podemos perscrutar.
Desejo a todos que leram estas minhas pequenas observações que se deixem envolver pela fé, encarando os olhos da Sagrada Face com os olhos da alma.

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Links relacionados:
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terça-feira, outubro 22, 2019

Prière à Saint Antoine

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(21 octobre 2019)

Saint Antoine de Lisbonne, de Padoue,
Nous vous prions de partout !
Nous cherchons le bois d’allumage
pour raviver notre foi.
Donnez-nous le courage,
aidez-nous à retrouver
notre cœur enflammé.
Saint Antoine de Lisbonne, de Padoue,
si la foi nous abandonne,
Priez pour nous !
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Photo “Cœur enflammé”  
(23 octobre 2019)



sexta-feira, outubro 18, 2019

Jesus between two thieves – prefiguration

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Em português
Much has been said lately about a publication of the journalist Eugenio Scalfari, in which he claims to reproduce the words of Pope Francis. What stunned many Catholics was that the Pope reportedly declared two Gospel passages, quoted by the journalist, as evidence that Jesus, once made a man, was no longer God. Below are the citations mentioned:
- “My Father, if it is possible, may this cup be taken from me. Yet not as I will, but as you will.” (Matthew 26:39)
- My God, my God, why have you forsaken me?(Matthew, 27:46)
Jesus knew He would go through this suffering. He warned the apostles before, and said that it had to happen and then He would rise. Only God would be able to voluntarily assume the suffering of the entire humanity, caused by sin. And, being a man, going through the feeling of abandonment from God, in a mysterious process for us, in which He experiences this withdrawal of God and feels helpless at the same time, and then rises, establishing our rescue for Eternity. "– The mystery of faith!"
Probably, Pope Francis has spoken with Mr. Scalfari about philosophical thinking exercises in Christian theology, expecting the journalist would be able to discern between this and religious beliefs, between this and the mystery of faith. I do not believe the Pope would entrust himself to a journalist on a confessional basis. I do not think he would tell Mr. Scalfari that, in his opinion, Jesus would have stripped Himself of the divine condition by being a man, while to the public he speaks, with an enlightened face of joy, all that the Church has ever proclaimed, all what we learned in the Catechism.
We have a good example of whom the Pope says Jesus is when he talked about the Gospel in which Jesus himself asked the apostles, "But who do you say that I am?" Pope Francis has given a very beautiful homily on the subject. Nothing new but well spoken, exactly what I wanted to hear from his own mouth: "We are called to make Peter’s answer our own response, joyfully professing that Jesus is the Son of God, the Eternal Word of the Father, who became man to redeem mankind, pouring out the abundance of divine mercy upon it." Further on the homily, he said, "Jesus, through His Holy Spirit, gives us the strength to move forward along the path of faith and of witness: doing exactly what we believe."
Below, the text in link number (1) is the translation of the homily, in English. Number (2) shows the Pope himself speaking. It's in Italian, but he speaks slowly, we can understand very well.
Why the title of my text: "Jesus between two thieves"? Let us see... In addition to many situations where Jesus spoke with Divine Authority, as when the Jewish High Priest tore his clothes, for example, there is the episode narrated by St. Luke about the thieves crucified beside Jesus (Luke 23: 39-43). This passage of the Gospel seems like a prefiguration, so to speak. While the “impenitent thief” mocks and brings discredit to Jesus' Divinity, the “penitent thief” acknowledges being himself a sinner and asks Jesus, with faith, to remember him when He will be in His Kingdom - just like today; there are believers and the unbelievers.
I want to thank Saint Dismas, “the penitent thief,” and ask him to pray for us sinners. He made it possible for us to realize the immeasurable Divine Mercy manifested by Jesus, in that moment of suffering; even nailed to the Cross, shortly before dying as a man, Jesus showed His Divine and Infinite Goodness in forgiving Dismas' sins. May we never be tempted to mock or discredit the Divinity of Jesus, as did the "bad thief".
Of course, someone who is not a believer, as the journalist declared himself, is usually selective – he sees only what he understands, satisfying his preconceived idea. For example, he takes as valid the manifestations of Jesus' suffering in the Agony and the Cross, but apparently does not take into account the manifestations of divine authority narrated in the Gospel. The analysis seems to apply double standards.
For those who want to read Mr. Scalfari's articles, I put them in the list of related links below (3, 4). In (5), a Spanish translation of the journalist's editorial.
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Related links:

terça-feira, outubro 15, 2019

Jesus entre os dois ladrões – prefiguração

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In English
Muito se tem falado ultimamente sobre a publicação do jornalista Eugenio Scalfari, em que diz reproduzir palavras do Papa Francisco. O que gerou estupefação entre muitos católicos foi que o Papa teria declarado duas passagens do Evangelho, citadas pelo jornalista, como provas de que Jesus, uma vez feito homem, deixara de ser Deus. Seguem abaixo as citações mencionadas:
- “Meu Pai, se possível, afasta de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu queres” (Mateus 26:39).
- “Meu Deus, meu Deus! Por que me abandonastes?“ (Mateus 27:46).
Jesus sabia que iria passar por este sofrimento, Ele preveniu os apóstolos antes, disse que era preciso que isso acontecesse para, em seguida, ressuscitar. Só mesmo sendo Deus é que pôde assumir, voluntariamente, todo o sofrimento da humanidade inteira, causado pelo pecado. E, como homem, passar pela sensação de abandono de Deus, num processo misterioso para nós em que Ele assume esse afastamento de Deus e o ressente, ao mesmo tempo, para em seguida ressuscitar, estabelecendo o nosso resgate para a Eternidade. “– Eis o mistério da fé!
O Papa Francisco pode até ter falado com o tal Sr. Scalfari sobre exercícios de pensamento filosófico em teologia cristã, achando que ele seria capaz de discernir entre isso e crença, entre isso e o mistério da fé. Não acredito que o Papa se confiaria a um jornalista, em caráter confessional. Penso que ele não diria ao Sr. Scalfari que, em sua opinião, Jesus teria se despojado da condição divina quando se tornou homem, enquanto que, ao público, fala com a face iluminada de alegria, tudo o que a Igreja sempre proclamou, tudo o que aprendemos no Catecismo.
Temos um bom exemplo de quem o Papa diz que Jesus é, ao comentar sobre o Evangelho em que o próprio Jesus pergunta aos apóstolos: "Mas, vocês, Quem dizem que Eu sou?" O Papa Francisco fez uma homilia muito bonita sobre o tema. Nada de novo, mas bem falado, aquilo que eu queria ouvir de sua própria boca: "Somos chamados a fazer da resposta de Pedro, a nossa resposta, professando, com alegria, que Jesus é o verdadeiro Filho de Deus, a Palavra eterna do Pai, que se fez homem, para redimir a humanidade, derramando sobre Sua Igreja a abundância da Palavra divina." Mais adiante, ele diz: "Jesus, por meio do Seu Santo Espírito, nos dá a força, para levarmos adiante o caminho da fé e do testemunho: fazer aquilo em que cremos."
Abaixo, o texto no link número (1) é a tradução da homilia, em português. Ao final, há um link para o vídeo (2) que mostra o próprio Papa falando. É em italiano, mas ele fala pausadamente, dá para a gente compreender muito bem.
Por que o título do meu texto: “Jesus entre os dois ladrões”? Vamos lá... Não bastassem todas as vezes em que Jesus falou com Autoridade Divina, como quando o Sumo Sacerdote judeu rasgou suas vestes, por exemplo, há o episódio narrado por São Lucas sobre os ladrões crucificados ao lado de Jesus (Lc 23, 39-43). Esta passagem parece uma prefiguração, digamos assim. Enquanto o “mau ladrão” zomba e desfaz da Divindade de Jesus, o “bom ladrão” se reconhece um pecador e pede a Jesus, com fé, que se lembre dele, quando estiver no Seu Reino – assim como há, hoje, os descrentes e os crentes.
Quero agradecer a São Dimas, “o bom ladrão”, e pedir que rogue por nós, pecadores. Ele que nos possibilitou constatar, naquele momento de sofrimento, a imensurável Misericórdia Divina manifestada por Jesus que, mesmo pregado na Cruz, pouco antes de morrer como homem, deu mostra da Sua Divina e Infinita Bondade, ao perdoar os pecados daquele que demonstrou fé. Que nunca tenhamos a tentação de zombar ou desfazer da Divindade de Jesus, como fez o “mau ladrão”.
Mas, claro, quem não é crente, como se autodeclarou o jornalista, Sr. Scalfari, costuma mesmo ser seletivo – vê só aquilo que entende, satisfazendo sua ideia preconcebida. Por exemplo, toma como válidas as manifestações de sofrimento de Jesus homem, na Agonia e na Cruz, mas, ao que tudo indica, não leva em conta as manifestações de autoridade divina, narradas no Evangelho. A análise parece ser feita com dois pesos e duas medidas.
Para quem quiser tomar conhecimento dos artigos do Sr. Scalfari, coloquei-os na lista de links relacionados, abaixo (3, 4). Em (5), uma tradução em espanhol do editorial do jornalista.
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Links relacionados:

terça-feira, outubro 08, 2019

Por terra...


Já que andei escrevendo sobre viagens, malas, aviões, vou dar algumas dicas sobre o trânsito aqui na província do Québec, para visitantes brasileiros que alugam carro. Nunca dirigi no ROC (rest of Canada), não posso dar palpite.
Se você pretende dirigir carro por aqui, é bom dar uma olhada nas regras e sinais de trânsito locais. São muito parecidas com as de outros países, mas há pequenas variações. O link para os websites oficiais da província QC e do Canadá estão ao final deste texto (os sites são bilíngues, francês e inglês). Se você tem uma carteira de motorista válida no Brasil, ela é aceita aqui, como turista, durante períodos de tempo variáveis, conforme a província. Melhor ainda se tiver, também, uma carteira internacional.
All-way stop sign ou Arrêt toutes directions: abra a imagem para ver em detalhe. Em alguns lugares, a placa é bilíngue (stop, arrêt) e, onde há comunidades autóctones, a placa pode ser trilíngue (com a palavra na língua deles também). A presença desta placa nas interseções significa que todos devem parar e sai antes quem chegou primeiro. Se há dúvida de quem chegou primeiro, é de bom-tom ceder o lugar ao outro. Quando me mudei para cá, achei que eu ia ter problemas com isso. Mas não tive, a coisa funciona perfeitamente!!!
Detalhe importante: quando há uma placa sinalizando para parar, a gente tem que parar mesmo! Todas as ruas podem estar desertas, com visibilidade total de que não vem carro nenhum, mas a gente TEM QUE PARAR DE VERDADE. Para quem gosta de bancar o esperto, é melhor pensar em respeitar as regras, pois sempre há um carro de polícia emboscado em pontos estratégicos. Você corre o risco de ouvir a sirene atrás de você mais rápido do que você imagina. Já vi gente fazendo isso na minha frente e surgir do nada um carro de polícia e pegar o infrator. Mas essa infração é muito rara aqui. A polícia de emboscada pega mais os que estão acima da velocidade permitida.
Conversão à esquerda: não, não estou recomendando conversão às ideologias de esquerda, não. Nem de direita. 😄 No Brasil, imagine que você vai de carro numa estrada de mão dupla – estou falando de estradas! – e, num dado momento, tem que entrar numa estradinha à esquerda. Você reduz, dando sinal/setinha de que vai se dirigir ao acostamento à direita e, mais ou menos na altura da estradinha, você para no acostamento da direita. Ali, você aguarda que não venha carro de lado nenhum e atravessa a estrada, para galgar a estradinha. Não é assim? Ou era... ? Tanto tempo que não dirijo no Brasil...
Aqui é diferente: você reduz com boa antecedência, avisando que vai parar (bombeando o freio) e dando sinal/setinha de que vai virar à esquerda. Na altura da estradinha, você para e, se não vier nenhum veículo no sentido contrário, você entra na estradinha. Pode haver centenas de carros atrás de você, eles vão ter que esperar você virar. É proibido parar no acostamento, a não ser em caso de extrema necessidade e com as luzes de alerta acionadas. Diga-se de passagem, os acostamentos aqui são muito estreitos, quase inexistentes, é preciso ter cuidado para não cair nas valas de drenagem que ladeiam as estradas.
Melhor mesmo, são as estradas rurais – eu prefiro. São ótimas, a maioria asfaltada, quase nenhum trânsito. Ninguém no sentido contrário, ninguém esperando atrás. São caminhos mais longos, demora mais, mas é só sair mais cedo.
Ônibus escolares: quem já circulou nos Estados Unidos deve saber, é a mesma coisa lá. O ano letivo termina em final de junho e recomeça no início de setembro. Entre estas duas datas, acontecem as férias de verão, ficamos livres dos ônibus escolares circulando nas ruas e estradas. 😄
Mas em tempo de aulas, muito cuidado! Se há um ônibus escolar indo na sua frente ou vindo em sentido contrário, prepare-se para ter que parar. É muito fácil identificá-los, eles são alaranjados. Não é só dentro da cidade que eles passam para pegar ou deixar as crianças, nas estradas também.
Quando eles param, várias luzes piscam e uma placa de "stop/arrêt" é acionada. A gente tem que parar a pelo menos 5 metros, melhor ainda a uns 10 metros de distância, no mínimo. Enquanto as luzes do ônibus estiverem piscando e a placa stop estiver à mostra, não podemos movimentar o nosso veículo. Só podemos arrancar o carro quando as luzes do ônibus se apagarem e a placa de stop for recolhida.
Setinha para a direita, guinada para a esquerda antes de virar... ??? Ou setinha para a esquerda e guinada para a direita. Parece que todo quebequense aprende a dirigir em grandes tratores ou caminhões. Não se assuste. Isso é muito comum. Você vê um carro indo à sua frente dar setinha para um lado e, pouco antes de virar, ele dá uma guinada no sentido contrário, você pensa que ele sinalizou para o lado errado. Em seguida, você percebe que ele fez uma curva para dar vazão à longa cauda imaginária do veículo dele... só ele vê.
É bom avisar, porque, entre os regulamentos de trânsito aqui, existe um que permite ao veículo que está atrás ultrapassar o outro que está dando sinal de que vai virar, passando do lado oposto ao lado da virada, obviamente. Mas esta guinada pode provocar um acidente.
Para finalizar, um regulamento relativamente novo; depois de alguns casos de atropelamento de policiais nas estradas, infelizmente, alguns fatais, estabeleceu-se que deve haver um corredor de segurança. Quando um veículo de emergência, um caminhão de reboque ou um veículo de vigilância está parado com seta amarela brilhante, faróis ou giroflex acionados, o motorista que está prestes a ultrapassar deve respeitar um corredor de segurança. Ele deve desacelerar e se mover o mais longe possível do veículo imobilizado, depois de se certificar de que pode fazê-lo sem perigo. O desrespeito ao corredor de segurança ou não dar passagem para um veículo de emergência pode resultar em multa de $ 200 a $ 300 e 4 pontos de demérito.
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