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Muito se tem falado ultimamente sobre a publicação do jornalista Eugenio Scalfari, em que diz reproduzir palavras do Papa Francisco. O que gerou estupefação entre muitos católicos foi que o Papa teria declarado duas passagens do Evangelho, citadas pelo jornalista, como provas de que Jesus, uma vez feito homem, deixara de ser Deus. Seguem abaixo as citações mencionadas:
Muito se tem falado ultimamente sobre a publicação do jornalista Eugenio Scalfari, em que diz reproduzir palavras do Papa Francisco. O que gerou estupefação entre muitos católicos foi que o Papa teria declarado duas passagens do Evangelho, citadas pelo jornalista, como provas de que Jesus, uma vez feito homem, deixara de ser Deus. Seguem abaixo as citações mencionadas:
- “Meu Pai, se possível,
afasta de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu
queres” (Mateus 26:39).
- “Meu Deus, meu Deus!
Por que me abandonastes?“ (Mateus 27:46).
Jesus sabia que iria passar
por este sofrimento, Ele preveniu os apóstolos antes, disse que era preciso que
isso acontecesse para, em seguida, ressuscitar. Só mesmo sendo Deus é que pôde
assumir, voluntariamente, todo o sofrimento da humanidade inteira, causado pelo pecado. E, como homem, passar pela sensação de abandono de Deus, num processo
misterioso para nós em que Ele assume esse afastamento de Deus e o ressente, ao
mesmo tempo, para em seguida ressuscitar, estabelecendo o nosso resgate para a Eternidade. “– Eis o mistério da fé!”
O
Papa Francisco pode até ter falado com o tal Sr. Scalfari sobre exercícios de
pensamento filosófico em teologia cristã, achando que ele seria capaz de
discernir entre isso e crença, entre isso e o mistério da fé. Não acredito que
o Papa se confiaria a um jornalista, em caráter confessional. Penso que ele não
diria ao Sr. Scalfari que, em sua opinião, Jesus teria se despojado da condição
divina quando se tornou homem, enquanto que, ao público, fala com a face
iluminada de alegria, tudo o que a Igreja sempre proclamou, tudo o que
aprendemos no Catecismo.
Temos um bom exemplo de quem
o Papa diz que Jesus é, ao comentar sobre o Evangelho em que o próprio Jesus pergunta aos apóstolos:
"Mas, vocês, Quem dizem que Eu sou?" O Papa Francisco fez uma
homilia muito bonita sobre o tema. Nada de novo, mas bem falado, aquilo que eu
queria ouvir de sua própria boca: "Somos
chamados a fazer da resposta de Pedro, a nossa resposta, professando, com alegria,
que Jesus é o verdadeiro Filho de Deus, a Palavra eterna do Pai, que se fez
homem, para redimir a humanidade, derramando sobre
Sua Igreja a abundância da Palavra divina." Mais adiante,
ele diz: "Jesus, por meio do Seu
Santo Espírito, nos dá a força, para levarmos adiante o caminho da fé e do
testemunho: fazer aquilo em que cremos."
Abaixo, o
texto no link número (1) é a tradução da homilia, em português. Ao final, há um
link para o vídeo (2) que mostra o próprio Papa falando. É em italiano, mas ele
fala pausadamente, dá para a gente compreender muito bem.
Por
que o título do meu texto: “Jesus entre os dois ladrões”? Vamos lá... Não
bastassem todas as vezes em que Jesus falou com Autoridade Divina, como quando
o Sumo Sacerdote judeu rasgou suas vestes, por exemplo, há o episódio narrado
por São Lucas sobre os ladrões crucificados ao lado de Jesus (Lc 23, 39-43). Esta
passagem parece uma prefiguração, digamos assim. Enquanto o “mau ladrão” zomba
e desfaz da Divindade de Jesus, o “bom ladrão” se reconhece um pecador e pede
a Jesus, com fé, que se lembre dele, quando estiver no Seu Reino – assim como há, hoje, os
descrentes e os crentes.
Quero
agradecer a São Dimas, “o bom ladrão”, e pedir que rogue por nós, pecadores. Ele que nos possibilitou
constatar, naquele momento de sofrimento, a imensurável Misericórdia Divina
manifestada por Jesus que, mesmo pregado na Cruz, pouco antes de morrer como
homem, deu mostra da Sua Divina e Infinita Bondade, ao perdoar os pecados
daquele que demonstrou fé. Que nunca tenhamos a tentação de zombar ou desfazer
da Divindade de Jesus, como fez o “mau ladrão”.
Mas,
claro, quem não é crente, como se autodeclarou o jornalista, Sr. Scalfari, costuma mesmo ser seletivo – vê só aquilo que entende, satisfazendo sua ideia
preconcebida. Por exemplo, toma como válidas as manifestações de sofrimento de
Jesus homem, na Agonia e na Cruz, mas, ao que tudo indica, não leva
em conta as manifestações de autoridade divina, narradas no Evangelho. A análise parece ser feita com dois pesos e duas medidas.
Para
quem quiser tomar conhecimento dos artigos do Sr. Scalfari, coloquei-os na
lista de links relacionados, abaixo (3, 4). Em (5), uma tradução em espanhol do
editorial do jornalista.
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Links
relacionados:
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