Relendo o episódio de Jesus
perdido e encontrado no Templo entre os doutores e os comentários de estudiosos
sobre o assunto, achei tão interessante... de novo! Há vários aspectos fascinantes,
a meu ver, com todas as hipóteses aventadas e conclusões tiradas.
O ponto que
mais chama a minha atenção é o fato de ter sido, ao que tudo indica, Nossa
Senhora, a mãe de Jesus, quem narrou os acontecimentos ao evangelista; ele fez
um trabalho de coleta de informações precioso, resultando nessa ótima
“reportagem”, que nos dá uma ideia de como Jesus era antes de iniciar sua vida
pública, um jovem voltado ao conhecimento, que “crescia em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os
homens.” (Lc 2, 41-52).
Minha mãe era uma boa contadora
de casos, sobretudo quando se tratava de um caso sagrado. E neste em especial,
ela demonstrava empatia com a narração de Maria; um caso típico que qualquer
mãe contaria com o devido realce. Lembro-me dela lendo e narrando esta passagem
para nós, quando éramos pequenos, transmitindo a aflição de perder um filho de vista, naquelas
circunstâncias. Como num filme, eu via José e Maria, ao darem falta do Menino, procurando-o
por toda parte, fazendo a longa viagem de volta a Jerusalém, e o alívio ao
encontrá-lo no Templo, entre os doutores, estes maravilhados com Seus
conhecimentos.
E que orgulho sentia pela
Sabedoria daquela “Nossa” criança, o que me levava a eliminar qualquer possível
falha dEle em não ter-se juntado à família em viagem, principalmente pelo fato
de estar cuidando das “coisas do Pai”. Essa experiência nos ensina que Deus
está acima de tudo, até mesmo da submissão aos pais da Terra; ao mesmo tempo, fica
bem claro que Jesus também era obediente a eles, por isso mesmo dava supremo
valor “às coisas do Pai”, como José e Maria davam.
Tem-se disseminado muito,
hoje em dia, a ideia que dilui Deus no cosmo, como se fosse apenas algum
elemento imiscuído em tudo e não um ser com vontade própria – o ser ("Eu sou aquele que sou"). E nesse caminho,
perde-se Jesus de vista, bem como sua Divindade – perdemo-nos, nós mesmos. Pela
internet, aprendi uma oração muito interessante. Ela pega a deixa desta
passagem no Evangelho de Lucas e a aplica aos nossos momentos de busca, rogando
a Maria e José que nos ajudem a encontrá-lO.
Imagem originária da página: https://www.facebook.com/RecantoParaReflexao |
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