terça-feira, dezembro 31, 2019

Santa Maria Mãe de Deus


En français
In English 
Começamos um novo ano celebrando a nossa Santa Maria Mãe de Deus. A “carne” do corpo humano de Deus, Jesus Cristo, se fez através dela. Ela foi o substrato da matéria dEle.
Zelosa medianeira, Seu Imaculado Coração tem doçura inefável, nos guia ao encontro de Jesus, o Caminho que devemos tomar. Pelo estudo, seja das Escrituras, seja de outras ciências, tentamos compreender, em vão, com nossos míseros neurônios, o grande mistério do Amor de Deus; de outra maneira, Ela nos inspira com afeição. Com toda a delicadeza, Ela nos toca o coração, da maneira como podemos acolher, e nos faz perceber que, para experimentar o Amor Divino, é preciso amá-LO, com reverência. O Amor de Deus é sempre disponível, se quisermos dirigir-LHE o nosso – que é Ele próprio que nos dá.  
Peçamos ao nosso Anjo da Guarda que nos ajude a galgar novos limiares, em direção à fé, passando pela porta que Nossa Senhora nos abre para vislumbrarmos a paisagem do outro lado. Que não sejamos apegados às coisas que nos ligam ao mundo – este vale de lágrimas. Vamos pedir fé para sermos capazes de amar a Deus, ponto. Não um amor “intelectual”, mas um amor do coração.
A ternura sublime do dulcíssimo Imaculado Coração da Virgem Maria nos traz consolo indizível e eleva nossa alma, de modo a mudar nossas capacidades.
Ela é nossa Mãe.
~~~
Links relacionados:

terça-feira, dezembro 17, 2019

Confessions

Église Saint-André
Em português

Pour commencer, j'avoue que je ne m'étais pas confessée depuis longtemps. Pas de quoi à être fier pour quiconque prétend être catholique. J'ai essayé de trouver de bonnes excuses pour ma faute, mais rien ne la justifie, il faut le dire.
L'une de ces excuses avec lesquelles j'ai essayé de me convaincre que je n'avais pas complètement tort, c'est que dans la petite ville où je vis, la seule Église catholique qui existe offre des horaires pour les confessions seulement deux fois par an: une avant Pâques, une avant Noël. Pendant ces deux périodes de l'année, en général, les routes sont gelées et glissantes, ce qui ne m'encourage pas à quitter la maison. Mais j'allais au travail, par exemple.
Bien, c'est déjà confessé et pardonné hier à l'église.
La solennité consacrée au sacrement du Pardon dans notre paroisse est très belle - solennelle en effet. C'est long, mais pas ennuyant. Il y a eu plusieurs lectures, faites à chaque fois par l'un des quatre prêtres. La musique était très agréable; c'était la première fois que j'entendais jouer l'orgue de l'église - pendant les messes, ce sont des enregistrements de chansons. Il y avait aussi des chanteurs sur place. On peut dire à juste titre que tout était de concert avec la raison de la cérémonie pour que nous nous pensions aux portes du paradis.
À un moment donné, l'un des prêtres nous a tous invités à l'autel, où il y avait deux paniers pleins de bougies ordinaires, neuves et d'autres déjà légèrement consommés. Chacun de nous devait prendre une bougie et la placer dans un autre panier dans l'allée centrale sur une petite table avec le cierge pascal et une bible ouverte ornée avec un chapelet.
Une autre série de lectures, prières et chants...
Nous y voilà, maintenant pour poser la main sur la Bible et ensuite faire le triple signe de la croix, sur le front, sur les lèvres et sur le cœur, pour que la Parole de Dieu, la lumière qui éclaire notre chemin, pénètre notre intelligence pour la comprendre, nos lèvres pour la proclamer et notre cœur pour l’aimer.
Une autre série de lectures, prières et chants...
À ce stade, j'ai pensé qu'il n'y aurait pas de confession auriculaire. À la place, peut-être, il y aurait ce que nous appelons, au Brésil, une confession communautaire, où le prêtre prie avec l'assemblée, la guidant pour se repentir des péchés et se terminant par l'absolution et la bénédiction collectives. Dans certaines églises, le prêtre ajoute que, si quelqu'un a commis un grave péché, qu'il peut aller à la file près du confessionnal. Toute la foule regarde vers la file, cela semble un geste réflexe, certainement irréfléchi; personne ne quitte son banc, la "file" reste vide. Je n'ai jamais vu personne y aller, pas à ce moment-là. On comprend!
Non, cela ne s'est pas produit ici. Après une autre série de lectures, de prières et de chants, l'assemblée a été conduite aux quatre coins de l'église, où chacun des prêtres attendait les péch… les pénitents.
Dans chaque coin, un beau grand confessionnal en bois, donnant l'impression de la sécurité nécessaire pour la nature confidentielle de son utilisation. Mais non ! Les prêtres se sont mis chacun devant un confessionnal. Et les files se sont formées, le premier à seulement quelques pas du prêtre, qui n'a pas fixé de distance. Il fallait chuchoter, pas fort vraiment, pour ne pas se faire entendre. Et même là... Avec le visage souriant, magnanime, le prêtre ne tenait pas à parler à voix basse, nous entendions tout; enfin, il ne faisait que répéter les paroles de l'absolution.
Je n'avais jamais vu des confessions aussi vites. Compte tenu de la célérité du processus, j'ai dû accélérer mon raisonnement en changeant ma contrition en tentative - réussie, ouf! - de faire un résumé, pendant que j'attendais mon tour; mon rythme cardiaque s'est aussi accéléré, en solidarité avec l'effort mental. Heureusement, j'ai pu classer les péchés dans des catégories, à temps. J'ai dû en regrouper certains en mots-clés, pour ne pas avoir à en expliquer trop. La file bougeait à une vitesse impressionnante! Tant pis pour moi, j'avais passé trop longtemps sans me confesser, maintenant j'avais trop à dire. J'ai failli à avoir la honte d'être la détentrice du record de permanence en confession. Dieu merci, je n'ai pas entravé les travaux.
« Pas de niaisage! » - diraient les Québécois.
Et les bougies dans le panier, à quoi servaient-elles finalement? Des statistiques? Les prêtres compteraient-ils alors combien avaient été transférées dans le panier de l'allée centrale? Enfin, le moment est venu pour les bougies, chacun de nous a allumé la sienne à la flamme du cierge pascal, nous avons prié, nous avons chanté... on se sentait légers comme des plumes.
En m'en allant, je n'ai même pas eu peur de conduire sur les routes glissantes. Si je devais mourir, c'était le bon temps, je n'avais pas encore eu le temps de pécher. En tout cas, j'ai demandé la protection à mon ange gardien, comme je le fais toujours.
~~~~
Liens connexes:

segunda-feira, dezembro 16, 2019

Confissões

Église Saint-André

En français
Para início de conversa, já vou confessando que há muito tempo não me confessava. Nada para alguém que se diz católica se orgulhar. Já tentei arranjar boas desculpas para minha falta, mas nada justifica, cá entre nós.
Uma dessas desculpas com as quais tentei me convencer de que não estava completamente errada foi a de que, na cidadezinha onde moro, a única igreja católica que existe só tem horário para confissão duas vezes por ano: uma antes da Páscoa, outra antes do Natal. Em ambas as ocasiões, as estradas costumam estar congeladas e escorregadias, o que não me anima a sair de casa. Mas para ir trabalhar, por exemplo, eu ia.
Bem, isso já está confessado e perdoado, ontem, na igreja.
A solenidade dedicada ao Sacramento do Perdão, na nossa Paróquia, é muito bonita – solene mesmo. Longa, mas a gente não se entedia. Houve várias leituras, feitas cada vez por um dos quatro padres. A música estava agradabilíssima; foi a primeira vez que ouvi o órgão da igreja em função – durante as missas, são tocadas gravações de cantorias. Havia cantores “in loco” também. Podemos dizer, com propriedade, que tudo estava de concerto com o motivo da cerimônia para que nos sentíssemos às portas do paraíso.
Num dado momento, um dos sacerdotes nos convidou, todos, a nos dirigirmos ao pé do altar, onde se encontravam dois cestos cheios de velas comuns, algumas novas, outras já um pouco consumidas. Cada um de nós deveria pegar uma vela e colocar em um outro cesto, no corredor central, sobre uma pequena mesa, onde estavam o círio pascal e uma bíblia aberta, ornada com um terço.
Mais uma série de leituras, orações e cantos...
Lá vamos nós, de novo, agora para pousar a mão sobre a bíblia e, em seguida, fazer o sinal da cruz triplo, sobre a testa, sobre os lábios e sobre o peito, para que a Palavra de Deus, que é a luz que ilumina nosso caminho, seja acolhida na mente, anunciada com a voz e conservada no coração.
Mais uma série de leituras, orações e cantos...
Nesta altura, eu já estava pensando que não haveria confissão auricular, que talvez fosse redundar no que chamamos, no Brasil, de confissão comunitária, em que o padre reza com a assembleia, orientando-a para se arrepender dos pecados e finaliza com absolvição e bênção coletivas. Em algumas igrejas, o padre acrescenta que, quem tiver pecado grave, poderá ir para a fila do confessionário. A multidão toda olha em direção à fila, parece um gesto reflexo, certamente irrefletido; ninguém arreda o pé do banco, a "fila" permanece vazia. Nunca vi alguém ir, não naquele momento. Pudera!
Não, não aconteceu aqui. Após mais uma série de leituras, orações e cantos, a assembleia foi orientada a se dirigir aos quatro cantos da igreja, onde cada um dos padres aguardaria os pecad... penitentes.
Em cada canto, um belo confessionário, em madeira, grande, dando a impressão de segurança na privacidade necessária à sua finalidade. Que nada! Os padres postaram-se, cada um, de pé, do lado de fora dos confessionários, próximos a eles. E as filas foram-se formando, com o primeiro da fila somente a alguns passos do padre, que não estabeleceu distâncias. Era preciso cochichar bem baixinho para não ser ouvido... e olhe lá. Com a carinha sorridente, magnânimo, o padre não fazia questão de falar baixo, escutávamos tudo que, afinal, se resumia à absolvição ampla, geral e irrestrita.
Nunca tinha visto confissões tão rápidas. Dada a celeridade do processo, tive que agilizar meu raciocínio, transformando a minha contrição em tentativa – bem sucedida, ufa! – de fazer um resumo, enquanto esperava a minha vez; aceleraram-se também meus batimentos cardíacos, em solidariedade ao esforço mental. A tempo, consegui encaixar os pecados em categorias. Tive que agrupar alguns em palavras-chave, para não ter que ficar explicando muito. A fila andava numa velocidade impressionante! Nisso que dá ficar tanto tempo sem confessar! Por pouco, não passei o vexame de ser a recordista em demora na confissão. Graças a Deus, não obstruí os trabalhos.
Pas de niaisage !” – como dizem e cumprem os quebequenses.
E as velas lá no cesto, para que eram, finalmente? Alguma estatística? Os padres contariam depois quantas tinham sido transferidas para o cesto do corredor central? Enfim, chegou a hora das velas, cada um acendeu a sua no círio pascal, rezamos, cantamos... já nos sentindo leves como plumas.
Voltando para casa, nem tive medo de dirigir nas estradas congeladas e escorregadias. Se fosse para morrer, estava na hora, ainda não tinha dado tempo de pecar de novo. Por via das dúvidas, pedi proteção ao meu Anjo da Guarda, como sempre faço.
~~~~
Links relacionados:
Sem pressa
Falsíssimo  
Espírito natalino
Feliz Natal e Próspero Ano Novo 
Um olhar de esperança 

domingo, dezembro 15, 2019

A hopeful perspective

Version en français
Versão em português

“… the angel said to them, “Do not be afraid. I bring you good news that will cause great joy for all the people. Today in the town of David a Saviour has been born to you; he is Christ, the Lord. This will be a sign to you: You will find a baby wrapped in cloths and lying in a manger. (Luke 2: 10-12)
~~~~
Another troubled year in the world is coming to the end. Once again, we are called to review our attitudes, reprogram our lives. In a world where the transcendent is progressively moving away from our thoughts, once again, Jesus knocks on the door, with His star that wants to shine in our house.
Let us welcome St. Joseph and the Virgin Mary in our hearts, in our homes, for the birth of the divine Child Jesus, who has come down to us, assuming the human condition - the greatest self-dispossession, the All-powerful event of indigence. Not even the richest cradle of gold we could prepare would be enough to receive Him, our King, I know, and it would be an attachment to the matter of this world; we can offer our humble fervour, as animals in the stable did.
A prefiguration was there in the fact that the baby Jesus came to the world in a stable and was placed in a manger. The manger is the place where we put the food for the animals. We are nothing more than animals in a great stable and He came to be our most special Food, in the Eucharist, so that we may have Eternal Life.
Let us join the great throng of the hosts of heaven, praising God with the words: “Glory to God in the highest heaven, and on earth peace to those on whom his favour rests.” (Luke 2: 14)
Merry Christmas to everyone!
~~~~
Related links: