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Este texto nasceu da minha
ignorância, ao ler uma crônica do escritor, arquiteto, fotógrafo... etc,
Eduardo Affonso: “Por um bullying de
café” (link também ao final do texto). Eu não conhecia a palavra “barista”. Se me
perguntassem, diria que é alguém que trabalha no bar – tipo barman. Fui checar no dicionário e é...
em português de Portugal, além do significado, no Brasil, de especialista em
café.
Perguntei aos entendidos: - Quem
sabe essa terminologia surgiu depois que eu saí do Brasil? Claro, procurando
uma desculpa para a minha ignorância. Para meu alívio, o querido primo
José Eduardo me contou que o termo teve origem no italiano e passou a ser usado
em português muito tempo depois que eu me instalei no Canadá. Ufa!
Pudera! Já
há mais de 20 anos que me casei e mudei. Meu tempo de Canadá já corresponde a
quase um terço dos meus 64 anos de vida... rumo à metade, ou mais, se Deus
quiser.
Quanta
coisa aconteceu depois disso, o Brasil mudou de cara. Quando visito os
familiares, quase não reconheço mais a minha cidade natal. Já deu até para a
língua mudar e sem falar no Acordo Ortográfico! Não só na escrita, noto uma
diferença significativa no sotaque das minhas sobrinhas, em relação à minha
geração.
Só assim
para poder encarar tal humilhação de não saber o que é “barista”, eu que tomo
café desde criança e já me considerava uma especialista em fazer, ou melhor,
coar café. Embora nem todos apreciassem minha fórmula, a maioria elogiava:
- “Já pode casar” – isto era
um elogio, no tempo em que se usava coador de pano e bule... hummm, deu
saudade. Minha mãe era a primeira a louvar o feito, dizia que meu café era
uma tinta, fortíssimo – ela gostava assim.
Essa
história de café desde a infância me rendeu uma gafe aqui no Canadá, que narrei
em outro texto – “Aceita um cafezinho da
hora?” (link também ao final do texto).
Os canadenses consomem muito café, durante praticamente toda a parte da
manhã, em repetidas doses de canecas repletas, com algumas gotas de leite ou
creme. O café deles é bem ralo, mas o volume é impressionante. Se o local de
trabalho não fornece, eles levam a sua dose cotidiana em canecas térmicas.
Lembro-me da expressão facial de decepção que meu marido fez ao ver seu
café servido em uma “xicrinha”, na França e no Brasil, mas acabou entendendo
quando viu a cor negra do líquido. Costuma dizer que nosso café pode ser
cortado com faca, de tão espesso – “à
couper au couteau” – e que fica algum tempo sem conseguir piscar os olhos.
Diga-se de passagem, ficou fã de “café forte”. Nunca mais quis saber do “chafé”
canadense.
Perdi meu posto; atualmente, quem “passa” o café aqui em casa é ele, que
me superou, e muito, apesar de toda a minha experiência! Quer coisa melhor,
para começar o dia, do que levantar sentindo aquele cheirinho de café? Feito só
para mim, porque o dele é o “expresso”, feito separadamente. Não tem preço.
Sempre elogio, digo que é o melhor do mundo, meu barista.
Nota: o recorte de jornal da imagem foi o maridinho que colou ao lado da cafeteira, numa bela manhã ensolarada 😆
Nota: o recorte de jornal da imagem foi o maridinho que colou ao lado da cafeteira, numa bela manhã ensolarada 😆
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