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No mundo ocidental, que é o
mundo onde nasci, cresci e sempre vivi, Natal e Ano Novo são festivos, tempo de trocar
votos de felicidade. Mesmo que o ano tenha sido triste, duro, penoso,
dramático; por isso mesmo, sentimos vontade de ter esperança por melhores dias. Aqui estou eu, de novo, para participar
desta campanha em prol do otimismo.
Temos visto morrer os últimos bastiões de muitas
ideias e feitos que transformaram o mundo no século passado. Temos visto, também, muitos
novos e difíceis desafios, deste século em curso.
Nascida em meados
do século XX, dele já estou-me considerando uma "sobrevivente". Não
estou-me sentindo velha, apesar de a “máquina” vacilar, por vezes, mas é
inegável que quem chega à minha idade já não é mais jovem, nem na cabeça, como
alguns costumam dizer. Tendo vivido tantos anos, por mais distraída que uma
pessoa possa ser, ela adquire uma experiência que só os velhos podem ter,
obviamente.
No correr da minha
trajetória, vi e estou vendo passar várias gerações. Olhem só... Eu conheci
minha bisavó, que nasceu em 1877, imaginem. Ter convivido com uma pessoa
daquela época, entre outras, dá um certo cabedal, não é? Mesmo que não quisesse, mesmo sem me debruçar
obstinadamente nos livros de História, adquiri um conhecimento histórico consuetudinário
não negligenciável. Grandes acontecimentos, descobertas, movimentos artísticos
e da sociedade, avanços tecnológicos e científicos, guerras, tantos eventos ocorridos nos anos
1900, que os jovens de hoje conhecem pela boca de professores, pelo uso de
aparelhos modernos, ou pela leitura de textos, foram presenciados por pessoas
da minha geração, que estavam lá quando muitas dessas coisas aconteceram.
É natural pensarmos que sabemos
muito, mas faz pouca diferença, na verdade. Acaba sendo muito importante para nós
mesmos. Essa “era” vai caminhando para o seu fim, a face da Terra vai
adquirindo novas faces, e também as ideias vão-se renovando. É inútil querer
que as antigas prevaleçam. É normal e salutar que haja mudanças, que haja
progressos na sociedade humana.
Espero que os jovens sejam
capazes de descobrir a importância de seu próprio tempo, com seus próprios desafios, que não são poucos. Que não adiem aquilo
que lhes cabe como agentes do futuro. Em muito pouco
tempo, nós, os mais velhos, não estaremos mais aqui, nem para ajudar, nem para
atrapalhar. Que eles se desapeguem dos ranços nefastos desse século que já
passou, mas que estão ainda tentando, com fútil contumácia, manter seus
estertores finais. Não que o passado seja de todo ruim, ao contrário, ele nos
dá sabedoria.
Desejo aos cidadãos do ano
que vem um futuro promissor.
Que saibam usar sua energia para aperfeiçoar os acertos e não para insistir nos
erros, seja lá onde for que julguem ter havido enganos. E, sobretudo, que
tentem inovar, sem, no entanto, se esquecerem de um instrumento muito velho que
nunca foi bem usado por nós, apesar de ter sido tão apregoado e de o ser ainda: o Amor. Para este
eu não abro mão de fazer propaganda... “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça”
(Mateus 13:9)
A todos nós, enfim, que nos
esforcemos para agir com solidariedade, tentando acalmar instintos belicosos,
em vez de fomentá-los. Precisamos de nos unir, com objetivos comuns, para o bem
da humanidade, para o nosso bem. As novas tecnologias da comunicação, que vão
evoluindo rapidamente, podem nos ajudar muito, se não as usarmos com malignidade.
Que este momento especial do
nosso planetinha, em sua órbita em torno do sol, mantendo a vida e a morte nesse
círculo vicioso, tão atraentemente dependente dos raios solares, nos ajude a compreender
quão ínfimos somos e, ao mesmo tempo, grandes por compreendermos isso.
Para finalizar, quero partilhar com todos a melhor energia de que
disponho: a fé na VIDA sem morte, para além de tudo isso que podemos perceber. A comemoração do nascimento do Menino Jesus nesta época do ano foi muito
bem escolhida, a analogia é muito boa. A luz do sol, da qual nos distanciamos
(pela translação da Terra), e que deixou
para nós o frio glacial, começa a ressurgir para o norte deste mundo, trazendo
a esperança de volta a nossos corações.
Feliz Natal e Próspero Ano
Novo!
Perfeito! Feliz Natal para você e toda a sua família! Votos de Lucy Drumond
ResponderExcluirObrigada, Lucy. Feliz Natal para você e sua família, também. Um ótimo Ano Novo!
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