Fico imaginando que haja uma "função"
de concretude inusitada para o ato recomendado na frase acima... A ordem foi
comer o Corpo e beber o Sangue mesmo! Adentramos, aí, na tangibilidade do
espiritual.
Eu me explico:
Pelo que podemos captar com os nossos sentidos,
constata-se que o nosso “DNA” está preso dentro de um círculo vicioso, onde
esta morte que a gente conhece desempenha um papel fundamental, desde o cenário
de um diminuto átomo englobado por uma molécula até o cenário de pedaços de
carne, folhas e frutos, etc, sendo deglutidos por seres humanos, como alimento.
Assim o nosso DNA se mantém e se “procria” a partir da assimilação de produtos
da morte de outros seres, tudo se resumindo naquela máxima de Lavoisier –
« Rien ne se perd, rien ne se crée,
tout se transforme. » - dentro deste "pool" de elementos que
conhecemos.
Se cremos que Jesus é a palavra de Deus
encarnada – fenômeno de grandeza desconhecida para nós –, há na nossa crença
algo palpável, que deixou de ser apenas conjectura filosófica. Logo, que a
"Palavra" seja capaz de transformar a hóstia em Corpo de Cristo,
passa a ser algo banal, em comparação com a magnitude da encarnação do Verbo
Divino.
Não seria, então, a Hóstia o Elemento de Vida introduzido no círculo vicioso
(mencionado acima) com a função exatamente de "contaminar" o pool da
morte com a Vida? Ou seja, à medida que comemos este Pão que ressuscita, ele vai quebrando o círculo vicioso, preparando nossa matéria para um outro estágio
(note-se bem que este "pool" é o mesmo desde que o tempo é tempo…
vale para o que entendemos como "passado" e "futuro"
também).
Parece mirabolante, coisa de feitiçaria? Se pensarmos assim, tudo o que vivenciamos
também parece… Quer coisa mais estranha do que uma criança se formar, ir
crescendo, virar adulto, depois esse adulto ficar velho? Isso existe mesmo ou é
efeito colateral da morte? Esse velho que você vê no espelho tem alguma coisa
em comum com aquele bebê que você foi, não tem? Hein?
~~~~
Nenhum comentário:
Postar um comentário