Tamm de Lima
(links ao final do texto)
Atendendo
à sugestão dos queridos primos Adilson e Bidaá, vou tentar
escrever alguma coisa sobre a família, começando por uma cola de
trechos que publiquei no Facebook. Casos específicos como eles
querem, sei que há muitos interessantes e engraçados, mas não
conheço os detalhes. Quem sabe, alguém se anima a deixar correr a
pena, cada um contando um ou mais « causos »?
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Já
que foram Adilson e Bidaá que lançaram a ideia para mim, vou
começar com os Tamm de Lima e sua turma, lembrando-me de Newtinho,
saudoso primo, sempre de bom humor. Parece que estou ouvindo-o
dizer : « E aí, Ducarminho? »
Ele
chamava sua mãe, Tia Geralda, e minha mãe de Bareta e Kojak...
hahaha. Verdade, qualquer coisinha elas desconfiavam, uma olhava para
a outra, olhos bem abertos, fungadinhas rápidas, ambas, mas mamãe
sempre mais exagerada... hehehe. Aí começavam a conversar em tom
mais baixo – porque as paredes têm ouvidos. Várias conjecturas
eram ventiladas, possibilidades que nenhuma agência de inteligência
conseguiria imaginar. A coisa terminava quase sempre com Tia Geralda
amenizando as hipóteses mais ousadas que elas próprias tinham
aventado, sem conseguir, no entanto, eliminar completamente as
desconfianças de mamãe, que fechava o diálogo com um "não
sei" de sobrancelhas levantadas 😄
Minha
saudosa tia Geralda (link 1) sempre tinha boas palavras para todos os momentos. "Ma
chère tante Geralda"... Léo dizia. Ele gostava demais, demais
dela. Ela conversava com ele em francês, ele se sentia homenageado.
Ela sabia como agradar a todos.
~~~~~~
Escangalhar:
lembrei-me deste verbo, o motivo não vem ao caso.
Mas
ri sozinha, ao me lembrar de mamãe (link 2), que gostava de termos fortes, e era este que ela usava quando
alguém estragava alguma coisa. Dava a conotação de
irreversibilidade ao estrago... hehehe
"Fulano
escangalhou o aparelho" (por exemplo)
Inevitavelmente,
enxerguei Tia Geralda intervindo e dizendo: "Foi só um
esbarrão, Esther, o aparelho não estragou"... hahaha
« Ajoelhou,
tem que rezar », lá vou eu, imaginando como reagiriam os
outros irmãos dela:
Tio
Roberto: "Como foi que aconteceu, Fulano se machucou?"
Tia
Luluca: "Deixe-me ver, onde está o aparelho?"
Tio
Luiz: "É só mandar consertar, Esther, que bobagem!"
Tia
Belelê: Só um quebradinho... vai funcionar direitinho"
Tia
Dodora: "Seja tudo por amor ao Ssmo"
Tio
Helvécio: "Coitado do Fulano, não fez por mal."
Tia
Simone: aposto que você está rindo aí, agora, do que escrevi (mostrem para ela, gente),
« minha madrina » como o Léo dizia; ele era
apaixonado por você que, sendo minha madrinha, ele adotou também.
Saudades de estar aí, para nossas tardes retumbantes de gargalhadas!
Tia
Simone, como bem diz o primo José Eduardo, « assumiu
briosamente a maternidade de todos nós, na ausência de suas irmãs
e irmãos. »
Interessante
nessa lista que fiz é que as características de cada um são também
dos outros, as reações se adaptam a todos eles (interchangeable),
dependendo das circunstâncias.
Não
me lembro de tio Luiz, nem de tia Belelê, porque era muito pequena
quando eles morreram. Nasci em 1955, ele morreu em 1956 e ela em
1957. Calculei a reação dele pelo caso « morreremos
juntos »... Quem vai contar como foi mesmo? E a reação de tia
Belelê me veio pensando em Bilé, sua filha, pois imagino que são
parecidas... além de lindíssimas, sempre delicadas, com o jeito de
falar florido de afetuosos e encantadores diminutivos!
Sobre
o querido tio Roberto (link 3), estou-me lembrando de um caso em que ele salvou a vida de um
ladrão que entrou na casa dele e que ficou dependurado numa
janela... Como foi isso, gente? Essa história chegou a ser noticiada
nos jornais, não foi?
Para
contar casos, tia Luluca é que era mestra! Ela era a declamadora
oficial de poesias, a cantora, a contadora de casos... Mamãe sempre
falava: "Luluca que sabe", "Canta, Luluca",
"Conta, Luluca"... (link 4). E, quando era para contar, Tia Luluca se sentava, ou
levantava, conforme o caso, e contava, pausadamente, com voz suave,
prendendo a atenção de todo mundo. As mãos gesticulavam um pouco,
quando necessário, para descansar, em seguida, uma sobre a outra,
sobre os joelhos.
A
exclamação de Tia Dodora, por motivos óbvios, pois em perpétua
adoração ao Ssmo. Quem diria, de freira enclausurada com máximo
rigor, tem agora fotos no Facebook, publicadas pela Congregação, em
homenagens a ela, fundadora e superiora durante muitos anos (link 5).
Tio
Helvécio, sempre afetuoso e dando apelidos
engraçados para todos. Esther, minha mãe, era Teca Pindoba...
hahaha. Quem sabe quantos dentes ele contou em Tio Carlos? Hahaha
Alô,
tia Deinha!!! Bisous, ma chère tante, toujours très élégante!!!
Qualquer hora apareço aí, saudades tuas, muito mais que
quarenta e duas 💛.
Para
finalizar, quero deixar minha homenagem aos tios Abel, Hélio,
Carlos, Newton, à minha querida madrinha, tia Lulu, ao meu saudoso
pai e todos dessa turma que já se foram. Tem casos sobre eles
também, alguém se habilita?
Casos dos que ainda estão vivos também serão apreciados 😂
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Links
relacionados :
Para o Dia das Mães – Tia Geralda
Mãe é mãe
Tio Roberto (descrição dele bebê no artigo intitulado "O
que pensa o acadêmico Mário de Lima")
Tia Luluca (foto tirada por Mariana Ueckert, durante um encontro dos
Tamm, para que eu pudesse acompanhar o evento... Danke!)
Tia Dodora
Família