Com essa pandemia, descobri,
sem querer, como amadurecer bananas, sem precisar de embrulhá-las e esquecer-se
delas em algum canto. Esquecer-se, porque isso é coisa para terceiros, eu não
me esqueço nunca de minha bananinha de cada dia, sou macaca de auditório.
Constatei que, lavando as
bananas com água e sabão líquido que usamos para a louça, elas amadurecem um
pouco mais rapidamente. Isso se a gente enxaguar, logo após lavar. Se deixar
secar sem tirar o sabão, elas amadurecem em questão de horas, ficam escuras,
perde-se tudo. Desde que isso aconteceu comigo, tenho feito jorrar água
imediatamente após ensaboá-las.
Provavelmente, a casca não é
impermeável e há quem critique o procedimento, pelo risco de ingestão do
produto. Após “levar um sabão” [1], duplamente, fiz uma rápida pesquisa na web e encontrei um artigo (em francês [2])
com a resposta de um farmacêutico, no caso da lavagem de louça, citando estudos
sobre o assunto. Uma quantidade mínima de “liquide
à vaisselle” não faria mal.
Essa questão remeteu-me a meus
primeiros tempos de canadense, quando algumas visitas, solícitas em me ajudar
na tarefa de lavar pratos, talheres e panelas, após a refeição, tentaram
ensinar-me como se faz, achavam meu método muito demorado. Aqui, todo mundo
estranha quando enxáguo o que lavei. Eles nunca. O sabão faz parte da dieta
invisível. 😏
Quem, como eu, não tem
máquina lava-louça, enche a pia de água pelando e espumando e dá um banho de
imersão no vasilhame. Retira-se um por um, passando a “mop” própria para isso,
enxuga-se tudo com pano de prato ou coloca-se no secador de louça.
Em tempo: não se faz isso
com as bananas!
Enfim, algumas novidades eu
trouxe para o mundo desenvolvido. Misturei costumes do sul com os do norte. Gostei
do banho de imersão dos utensílios. Não mata os micróbios, mas, pelo menos, serve
para manter nossas mãos quentinhas. Em vez de “mop”, uso uma boa bucha e
esfrego bem. Depois, enxáguo para tirar o sabão e ponho para secar.
Para não causar aflição nas
visitas apressadas que dispensam o enxágue, só lavo a louça depois que elas vão
embora, na solitária paz da minha cozinha. Mesmo porque não faz sentido colocar
meus convidados a trabalhar. Gosto de ver todo mundo se divertindo, de folga
das tarefas domésticas. Quem sabe assim tomam gosto para voltar “chez nous”.
Será que vamos poder nos encontrar,
um dia, sem medo de contágio por Covid-19?
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