Fiquei pensativa, após ter transcrito
alguns trechos dos autores Emily Stimpson Chapman e Scott Hahn, em
meu blog (The power of Confession). Gostei muito de ambos, mas algo me soou
desconexo em parte do texto da autora. Talvez, eu esteja aquém do
raciocínio dela. Ao mesmo tempo, penso que, discordar daquela parte,
ajudou-me a progredir no meu entendimento.
Ela
disse:
"All
the good that is done to us and that we do comes from God and God
alone. We cooperate with His Grace. However, one thing we can give
the Lord that He does not have is our sin. If we give God our sin and
offer Him our brokenness and weakness, He can use that for His
greater glory and our redemption."
Traduzindo:
"Todo
o bem que nos é feito e que fazemos vem de Deus e somente de Deus.
Cooperamos com Sua Graça. No entanto, uma coisa que podemos dar ao
Senhor, que Ele não tem, é o nosso pecado. Se dermos a Deus o nosso
pecado e oferecermos a Ele nossas imperfeições e fraquezas, Ele
pode usar isso para Sua maior glória e nossa redenção."
O
que não tem nexo, na minha opinião, é dizer "uma coisa que
podemos dar ao Senhor, que Ele não tem, é o nosso pecado."
Porque não pode haver nada que Deus não tenha, que não faça parte
da Criação. Então, o que é o pecado?
Como que por
inspiração, como que soprado no meu ouvido —embora eu não tenha
ouvido nada— veio-me a lembrança da saudação do Anjo Gabriel a Nossa Senhora:
Ave, cheia de Graça! E sabemos que ela é uma pessoa que foi
preservada do pecado. Associei as duas coisas: ela não tem pecado
porque é cheia de Graça. Sim, é esta a explicação que aprendemos sobre a Imaculada Conceição.
A partir desse raciocínio, penso que podemos inferir que o pecado é a ausência de Graça. Dependendo da gravidade do pecado,
deve haver, então, a ausência de uma porção maior ou menor de
Graça, digamos assim, para ficar mais fácil de compreender. E a
ausência total... bem, não gosto de pensar naquele nome.
Isso
não é novidade para quem conhece Teologia, devo estar
concluindo obviedades. Lembro-me de já ter ouvido e lido definirem o mal
como a ausência do bem, nas eternas discussões sobre se Deus criou
o mal; mas isso não era muito claro para mim. A associação com a
saudação do Anjo Gabriel veio iluminar meu entendimento.
Daí
o termo "desgraçado", que meus pais não gostavam que
falássemos; soava para eles uma linguagem muito pior do que os
palavrões mundanos. Agora, estou entendendo a repulsa que eles
tinham por esta palavra. Lembro-me de minha mãe me dizendo, quando eu era pequena ainda, que não
devíamos chamar ninguém de desgraçado, pois era muito grave. Meu
Deus, como é importante a catequese transmitida pelos pais da gente!
Ela fica gravada e, mais cedo ou mais tarde, vem à tona, mesmo que
não tenhamos captado toda a sua amplitude quando foi ensinada.
Eu
já tinha resvalado nessa ideia, quando escrevi um texto onde lancei
mão do que Jesus disse: "Só
Deus é bom"
(Mateus
19:16-22).
Assim, eu tinha concluído que Deus É bom e nós não somos, mas
TEMOS bondades em graus variados (Contorcendo neurônios). A Graça é o bem, para nós, em porções do que é
bom e justo. Essas bondades são Graças que recebemos. Nossa Senhora
recebeu todo o quinhão de Graça, a primeira a ser redimida
pelos méritos de Jesus (o tempo não existe para Deus). Agora, está
parecendo tudo tão óbvio!
Voltando
ao texto da autora americana que citei no início, compreendo, agora,
o que ela disse. Tem nexo sim. O que ela diz que Deus não tem, o
pecado, são "vazios" de Graça. Ele é Graça infinita!
Quando entregamos a Ele nossos "vazios", por livre e espontânea vontade, Ele os preenche de
novo! Ela está certa.
Meu
Deus, que beleza! Muito obrigada!
Amém!
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Ó
Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a Vós.
Jesus,
Maria, José, meu coração vosso é.
Santo
Anjo do Senhor, meu zeloso guardador, se a ti me confiou a piedade
divina, sempre me rege, guarda, governa e ilumina. Amém.
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