terça-feira, dezembro 10, 2024

O pecado

 


Fiquei pensativa, após ter transcrito alguns trechos dos autores Emily Stimpson Chapman e Scott Hahn, em meu blog (The power of Confession). Gostei muito de ambos, mas algo me soou desconexo em parte do texto da autora. Talvez, eu esteja aquém do raciocínio dela. Ao mesmo tempo, penso que, discordar daquela parte, ajudou-me a progredir no meu entendimento.

Ela disse:

"All the good that is done to us and that we do comes from God and God alone. We cooperate with His Grace. However, one thing we can give the Lord that He does not have is our sin. If we give God our sin and offer Him our brokenness and weakness, He can use that for His greater glory and our redemption."

Traduzindo:

"Todo o bem que nos é feito e que fazemos vem de Deus e somente de Deus. Cooperamos com Sua Graça. No entanto, uma coisa que podemos dar ao Senhor, que Ele não tem, é o nosso pecado. Se dermos a Deus o nosso pecado e oferecermos a Ele nossas imperfeições e fraquezas, Ele pode usar isso para Sua maior glória e nossa redenção."

O que não tem nexo, na minha opinião, é dizer "uma coisa que podemos dar ao Senhor, que Ele não tem, é o nosso pecado." Porque não pode haver nada que Deus não tenha, que não faça parte da Criação. Então, o que é o pecado? 

Como que por inspiração, como que soprado no meu ouvido —embora eu não tenha ouvido nada— veio-me a lembrança da saudação do Anjo Gabriel a Nossa Senhora: Ave, cheia de Graça! E sabemos que ela é uma pessoa que foi preservada do pecado. Associei as duas coisas: ela não tem pecado porque é cheia de Graça. Sim, é esta a explicação que aprendemos sobre a Imaculada Conceição.

A partir desse raciocínio, penso que podemos inferir que o pecado é a ausência de Graça. Dependendo da gravidade do pecado, deve haver, então, a ausência de uma porção maior ou menor de Graça, digamos assim, para ficar mais fácil de compreender. E a ausência total... bem, não gosto de pensar naquele nome.

Isso não é novidade para quem conhece Teologia, devo estar concluindo obviedades. Lembro-me de já ter ouvido e lido definirem o mal como a ausência do bem, nas eternas discussões sobre se Deus criou o mal; mas isso não era muito claro para mim. A associação com a saudação do Anjo Gabriel veio iluminar meu entendimento.

Daí o termo "desgraçado", que meus pais não gostavam que falássemos; soava para eles uma linguagem muito pior do que os palavrões mundanos. Agora, estou entendendo a repulsa que eles tinham por esta palavra. Lembro-me de minha mãe me dizendo, quando eu era pequena ainda, que não devíamos chamar ninguém de desgraçado, pois era muito grave. Meu Deus, como é importante a catequese transmitida pelos pais da gente! Ela fica gravada e, mais cedo ou mais tarde, vem à tona, mesmo que não tenhamos captado toda a sua amplitude quando foi ensinada.

Eu já tinha resvalado nessa ideia, quando escrevi um texto onde lancei mão do que Jesus disse: "Só Deus é bom" (Mateus 19:16-22). Assim, eu tinha concluído que Deus É bom e nós não somos, mas TEMOS bondades em graus variados (Contorcendo neurônios). A Graça é o bem, para nós, em porções do que é bom e justo. Essas bondades são Graças que recebemos. Nossa Senhora recebeu todo o quinhão de Graça, a primeira a ser redimida pelos méritos de Jesus (o tempo não existe para Deus). Agora, está parecendo tudo tão óbvio!

Voltando ao texto da autora americana que citei no início, compreendo, agora, o que ela disse. Tem nexo sim. O que ela diz que Deus não tem, o pecado, são "vazios" de Graça. Ele é Graça infinita! Quando entregamos a Ele nossos "vazios", por livre e espontânea vontade, Ele os preenche de novo! Ela está certa.

Meu Deus, que beleza! Muito obrigada!

Amém!

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Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a Vós.

Jesus, Maria, José, meu coração vosso é.

Santo Anjo do Senhor, meu zeloso guardador, se a ti me confiou a piedade divina, sempre me rege, guarda, governa e ilumina. Amém. 

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Links relacionados:

The power of Confession

Contorcendo neurônios

Religião


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