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Meu marido e eu fizemos uma rápida viagem, neste mês de agosto, dando a volta à Península Gaspesiana, pela "Route des Navigateurs", uma viagem clássica. Vendo as estradas cheias de veículos em direção a algum destino, lembrei-me de meus entes queridos que já se foram e imaginei todas as pessoas que já partiram em sua última viagem - as estradas estão repletas de peregrinos. E, talvez por estar-se aproximando o Dia dos Pais, pensei muito no meu. Para minha surpresa, passamos por uma cidadezinha chamada St-Yvon. Nunca tinha ouvido falar dela, tampouco sabia que havia um santo - outro - com o nome do meu pai.
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Meu marido e eu fizemos uma rápida viagem, neste mês de agosto, dando a volta à Península Gaspesiana, pela "Route des Navigateurs", uma viagem clássica. Vendo as estradas cheias de veículos em direção a algum destino, lembrei-me de meus entes queridos que já se foram e imaginei todas as pessoas que já partiram em sua última viagem - as estradas estão repletas de peregrinos. E, talvez por estar-se aproximando o Dia dos Pais, pensei muito no meu. Para minha surpresa, passamos por uma cidadezinha chamada St-Yvon. Nunca tinha ouvido falar dela, tampouco sabia que havia um santo - outro - com o nome do meu pai.
Meu pai foi um santo. Não só eu que
digo, sempre ouvi esta aclamação geral – mesmo quando ele ainda estava vivo –
por parte dos que o conheceram. Sua vasta cultura alicerçada em uma
inteligência privilegiada não lhe causava afetação alguma, sua humildade era
sincera e verdadeira. Passou a vida a doar aos outros o que era e o que
aprendeu, possuidor de uma rara bondade, cultivada com muita fé.
Nossas férias nos lembraram, também,
da ida de São José e Nossa Senhora, grávida do Menino Jesus, a Belém, para o
recenseamento. Tivemos uma pequeníssima mostra do que foi o sofrimento deles,
sem encontrar hospedagem em lugar nenhum. Nós acabamos encontrando, depois de
um dia inteiro na estrada, parando em cada cidade por onde passávamos, batendo
à porta de cada hotel, ou similar, que vimos. Todos já estavam completos.
Quando já estávamos exaustos, noite fechada, finalmente, fomos acolhidos por um
cancelamento de reserva.
Não ficamos numa estrebaria; ao
contrário, o hotel era bem mais luxuoso - e mais caro - do que queríamos, e
esta também foi mais uma frustração. Assim é nossa vida por aqui. Podemos
tentar melhorá-la, sob alguns aspectos, mas sempre haverá algum tipo de
sofrimento. Se tivéssemos reservado hotel antes, não teríamos passado por esse
dissabor, mas certamente não conseguimos evitar todos os transtornos de nossas
vidas.
A experiência valeu para me chamar a
muitas reflexões, inspirada pela Sagrada Família e por St-Yvon. O mistério da
participação de Jesus na história do sofrimento e sua Ressurreição que nos
redime... Em homenagem ao meu pai, que era católico (não vou dizer muito
católico, pois ou somos ou não somos), vou tentar meditar sobre tudo isso, para
não jogar no lixo tudo o que ele nos ensinou e transmitiu. Dou meu testemunho,
mesmo que ínfimo, para que, de alguma forma, não se percam as pegadas da nossa
peregrinação.
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