Nunca consegui executar uma cambalhota na minha vida, tinha medo. Quando não conseguia sair de fininho, sem ser percebida (penso eu), nas aulas de Educação Física, passava vexame ao me recusar terminantemente a fazer a temida acrobacia. Pois consegui agora, depois de velha... Mas foi apenas mentalmente... 😉 Meu irmão, Mário Domiciano, foi quem me levou a este salto acrobático incrível do pensamento e, depois que fui capacitada para tal, a solução ficou parecendo um "ovo de Colombo" [1].
Parece que ninguém deu essa cambalhota. O fato é que não encontrei a solução dada por meu irmão, para o tema que abordarei a seguir, em nenhum dos extensos tratados de Santo Agostinho, São Gregório de Nissa, São Tomás de Aquino. Devo esclarecer que não li esses tratados, mas sim alguns estudos sobre eles (teses publicadas em Universidades, resumos, aulas, etc), que encontrei na Internet. É um assunto muito interessante.
Trata-se de decifrar o significado de o homem ter sido criado à imagem e semelhança de Deus (Gênesis 1:26: E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra.)
Além de todas as considerações feitas sobre o significado de imagem e de semelhança, sobre o fato de Deus falar na primeira pessoa do plural, o domínio sobre os outros seres da terra, sobre o fato de Deus ser incorpóreo e o homem ter corpo, etc, etc, os estudiosos concluem de forma parecida, com algumas variações, que o homem teria sido feito semelhante a Deus por sua capacidade de raciocinar (inteligência, razão), por ter uma alma, por ser capaz de livre escolha (vontade, livre arbítrio, liberdade), por se relacionar com os outros (interação para o bem). Alguns fazem uma analogia com a Santíssima Trindade, como Santo Agostinho, que discorre longamente sobre isso. Alguns dizem que Jesus é o homem à imagem e semelhança de Deus.
Se alguém quiser ler alguns dos trabalhos que li, vejam nos links relacionados ao final deste texto. Sobre as considerações dos judeus relativas ao assunto, li alguns textos que me pareceram similares aos que citei acima, outros que consideram o homem "imagem" não por ser dotado de razão ou alma, mas no sentido de serem representantes de Deus na criação, enquanto administradores/reis da criação. Como o que achei são mais comentários do que propriamente tratados, não os relacionei nos links. Mas foram suficientes para dar uma ideia. Quando encontrar algum trabalho mais profundo que corresponda genuinamente à tradição judaica, acrescentarei as devidas referências.
Mas a "cambalhota" pôs tudo por terra. Por ter-se forjado em matemáticas para projetar, construir, em circunstâncias diversas, engenheiro tem um raciocínio preciso, objetivo e sensato, que passeia pelo espaço e pelo tempo tão bem como pela ausência deles. A Graça Divina do conhecimento passeia por essas "plataformas mentais" de forma especial, ao que parece. Foi assim que meu irmão fez essa acrobacia, como quem toma um copo d'água, ligando sei lá que pontos, retas e ângulos. E me fez compreender com clareza súbita!
Vamos à cambalhota, no link abaixo:
Cambalhota - Parte II - clique aqui.
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Links relacionados:
[1] Ovo de Colombo
[3] De Hominis Opificio de São Gregório de Nissa
[4] O homem foi feito à imagem e semelhança de Deus? São Tomás deAquino
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