Como eram frutuosas as nossas conversas de antanho na "Rio Doce", casa de nossos pais. Ainda fazemos essas trocas de ideias. "De tudo fica um pouco"... e ficou muito, graças a Deus! Viva a Internet que permite nossa comunicação.
Dando continuidade à Cambalhota - Parte I, lá vamos nós... Attachez vos tuques !
O parâmetro "tempo", para Deus, não é o nosso, ou seja, Deus não está sujeito ao nosso tempo, em virtude de Deus ser absoluto, -omni-, em virtude de SER - Ele não está, Ele é (Êxodo 3:14: "Eu sou o que sou."). Enquanto, para nós, tudo é relativo.
Muito difícil de compreender isso, mas vou tentar, embora de modo muito rudimentar, pois só temos uma vaguíssima ideia, ninguém sabe realmente como é. Vocês se lembram das fitas antigas de filme, com aqueles quadradinhos mostrando cada movimento, quadro a quadro? Olhando contra a luz, podíamos ver várias sequências, ir passando a fita, seguindo com o olhar e ver o filme todo.
Deus vê, ou melhor, conhece a fita de todo o universo, de todos os tempos, passado, presente e futuro, como se olhasse tudo de uma vezada só, sempre. Como se, para Ele, este movimento todo estivesse estático, num ínfimo instante. O "olhar" dEle abrange tudo, ao mesmo tempo. Não existe antes e depois, como para nós, que percebemos tudo de modo confuso.
O que Deus diz, ou melhor, o que o escritor do Gênesis consegue transmitir como -"à nossa imagem, conforme a nossa semelhança"-, é focalizado pelos autores citados (Santo Agostinho, São Tomás de Aquino, etc) num tempo de Criação, como um "tempo" antes de tudo.
Na "cambalhota", o foco recai sobre Jesus - é Ele, 2ª Pessoa da Santíssima Trindade, feito com duas naturezas (humana e divina) que é o MOLDE. Nós fomos criados à sua imagem e semelhança, embora Ele tenha nascido neste mundo muito tempo depois da Criação, para nossa fraca percepção temporal. Ele é a Palavra de Deus que sempre existiu. É Ele mesmo que diz a Filipe: "Você não me conhece, Filipe, mesmo depois de eu ter estado com vocês durante tanto tempo? Quem me vê, vê o Pai. Como você pode dizer: 'Mostra-nos o Pai'?" (João 14: 9). E disse aos judeus: "Eu afirmo que antes de Abraão nascer, Eu Sou!" (João 8: 58).
Jesus não é o homem feito à imagem e semelhança de Deus, como dizem alguns autores. Ele não é criatura, foi gerado, não criado. Ele é Deus Filho, o primogênito, e nós é que fomos feitos à sua imagem e semelhança e somos os outros filhos de Deus, mesmo os que nasceram "antes" do Menino Jesus... "Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos." (Romanos 8:29).
Atualização:
Em minhas buscas, para esta ideia de o homem ter sido feito à imagem e semelhança de Jesus, encontrei a confirmação na obra de Santo Ireneu de Lião, que viveu entre os anos de 135 e 203 d.C., e que foi recentemente aclamado doutor da Igreja, pelo Papa Francisco. Conforme documento do Papa Bento XVI, "na doutrina de Ireneu a dignidade do homem, corpo e alma, está firmemente ancorada na criação divina, na imagem de Cristo e na obra permanente de santificação do Espírito." Daí depreende-se que Deus criou o homem já pensando em Jesus (ver links ao final).
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Nota: sendo Jesus Deus e Deus é uno e trino, a interpretação que considera razão, alma e interação fica também válida, lembrando que com foco na Pessoa de Jesus Cristo.
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Hoje, 30 de dezembro, é dia da Sagrada Família.
"Jesus, Maria, José, meu coração vosso é."
Muito obrigada, Nossa Senhora, por me conduzir a Jesus com tamanha doçura, minha Mãe do Céu. Saint Joseph, merci pour tout.
Meu Anjo da Guarda, protegei-me.
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Links relacionados:
Santo Irineu de Lião, o novo doutor da Igreja
Santo Ireneu de Lião (por Papa Bento XVI)
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