Diz o ditado: “De médico e louco, todo mundo tem um pouco.” Sou médica, este quinhão já tenho e ele já me põe a um passo do outro. E não é pouco.
Já escrevi a respeito do meu “delírio” de que o Pecado Original teria acontecido antes do “Big Bang” (1, 2), ou seja, antes do Big Bang, tudo ia às mil maravilhas, até que o tal pecado cometido (sabe-se lá que catástrofe foi essa) ocasionou a queda do Homem e de todo o universo, culminando naquele ponto denso que “explodiu”, isto é, entrou em expansão. Seria, grosso modo, como o “reboot” de um computador, após ter apresentado um defeito; ele volta a funcionar de modo semelhante ao que era antes do evento, mas com falhas. O homem foi aparecer de novo depois de dolorosa evolução da matéria e, quando chegou ao estado pensante, como hoje, já não tinha aqueles tais “dons preternaturais”, por exemplo. Estes dons não estão dentro do nosso contexto, só podem ter existido em circunstâncias que desconhecemos. Calha bem ter sido antes do Big Bang, não?
Delírio por delírio, deixem-me com os meus. Pelo menos, os meus não ferem doutrinas, nem as da fé nem as da nossa ciência.
O círculo vicioso de nascimento e morte de todos os elementos se estabeleceu no “reboot” do universo. O “pool” de energia se tornou limitado, uns dependendo da morte dos outros para sobreviver. Nesse cenário predatório, é inevitável a evolução das espécies, com sua seleção natural, isto é, o mais adaptado às circunstâncias hostis do ambiente, mais adequado a escapar de ser morto, vai prevalecendo.
Mas todo esse delírio não causa mais nenhum “frisson” nas minhas sinapses. Já tive tantas respostas pessoais para a minha fé, que nem penso mais nisso. Estou virando uma verdadeira “beata”, daquelas bem igrejeiras, mesmo, de mãos postas e cabeça baixa... e ainda é pouco, creiam.
Então, por que repetir esse blablablá todo de Big Bang? Pasmem, foi por causa da Totoche, nossa gatinha. Naquelas conversas fiadas de rede social, alguém me perguntou onde ela estava. Aí me deu de ficar matutando se os animais também vão para o “Céu”. Totoche foi parte da nossa felicidade, meu marido e eu. Ela foi muito importante na nossa vida. Ela vale alguma reflexão, sem dúvida.
Já perguntei e já procurei ler sobre o assunto, anteriormente. Os entendidos da Igreja Católica dizem que não, que os animais não têm alma, não vão para o “Céu”.
Por que não? Se antes do Big Bang (parece que o delírio persiste), naquele estado de coisas tão perfeito, existiam animais em harmonia com o homem (Gênesis 2: 19), por que não após o resgate para a Vida Eterna? Pronto, agora eu saí da linha.
Vou finalizar com um texto que menciona afirmações do Pe. Zezinho que vêm a calhar para tudo isso (vejam em 3). Uma delas é assim, citando São Paulo, em 1 Coríntios: "Um dia saberemos sem os véus que nos impedem de ver tudo como tudo realmente é."
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Links relacionados:
(1) Excertos
(3) Pe. Zezinho
(4) Sobre o Pecado Original, segundo Santo Agostinho
(5) Religião
2008 |
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