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Céu claro, as estrelas
brilhavam. Apesar de não ter lua, havia um brilho discreto. As cortinas
abertas, os quadrados da janela se desenhavam suavemente sobre o chão. Não
havia muitas luzes nas ruas da cidade, como hoje, contávamos com a claridade
natural.
- A estrelinha virá hoje à noite? – os dois pequenos
perguntavam à irmã mais velha sobre a famosa visita, cada vez que ela ficava encarregada
de tomar conta deles, enquanto seus pais estavam fora.
- Vocês sabem que ela vem somente se vocês já estiverem deitados e que
não se pode acender a lâmpada.
A menina e seu irmão mais
novo esperavam impacientemente a chegada da estrelinha. Eles se apressavam em
se deitar. A irmã apagava a luz do quarto deles e lhes dizia que iria chamar a
estrelinha, pela janela do quarto contíguo.
-
Boa noite, linda estrelinha, você pode vir hoje? – dizia ela em tom mais alto, para que a estrela a
escutasse.
-
Sim,
já vou!
A estrelinha entrava no
quarto dos pequenos, falava com uma voz fininha e doce, muito gentil. Sua
aparência não era muito nítida na penumbra, ela parecia uma nuvem branca. Era
um tanto nebulosa.
Meu irmão menorzinho era
muito pequeno ainda; lembro-me dele muito atento, em pé no seu berço, com as
mãozinhas firmemente agarradas na grade, seus grandes olhos bem abertos. Ele
parecia encantado!
Acreditávamos nessa
história, mas no limiar da dúvida. Lembro-me de tê-la seguido, para verificar
se encontraria minha irmã no quarto ao lado. Ficava intrigada por que as duas
não se apresentavam nunca juntas, sempre era uma ou outra. Mas a estrela foi
mais rápida do que eu. E fui advertida de que se me levantasse de novo da cama
durante tão nobre visita, a estrela não voltaria nunca mais.
Nossa estrelinha nos dava
bons conselhos e ia embora tão rapidamente como quando chegava. Depois, minha
irmã voltava ao nosso quarto e nós dois sempre ficávamos pedindo para que ela a
chamasse de novo.
Mas era hora de cantar. Nossa
irmã tocava violão e cantava lindas canções para ninar meu irmãozinho. E eu
aproveitava aqueles deliciosos momentos.
Os anos se passaram, minha
irmã era realmente uma estrela que brilhava em tudo o que fazia. Finalmente,
ela partiu para sempre. Mas as doces lembranças e seus belos ensinamentos
ficaram em nossos corações.
Até logo, « estrelinha »!
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