« Creio em Deus, Pai todo-poderoso, Criador do Céu e da Terra e em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, que foi concebido pelo poder do Espírito Santo; nasceu da Virgem Maria; padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; desceu à mansão dos mortos; ressuscitou ao terceiro dia; subiu aos Céus; está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso, de onde há de vir a julgar os vivos e os mortos. Creio no Espírito Santo; na santa Igreja Católica; na comunhão dos Santos; na remissão dos pecados; na ressurreição da carne; e na vida eterna. Amém. »
Mas como é difícil acostumar-me com a morte, a derradeira humilhação. Vamos nos consumindo até desaparecermos desta « dimensão » – uso esta palavra por falta de outra melhor. Para mim que creio na Salvação para a vida eterna, era de se supor que não tivesse tanto desgosto com essa despedida. Mas as minhas limitações me deixam estupefata, na solidão da matéria.
São humilhações por que passa o ser humano, e não só ele. Parece mesmo um castigo. O sofrimento ao nascimento, ter que se alimentar e, pior, contando para isso com a morte de outros seres, ter que eliminar dejetos, ter que aprender habilidades básicas para a efêmera sobrevivência, cometer erros, adoecer, ter que se tratar... até que a morte venha.
Já tentei explicar, a mim mesma, o inexplicável, em vão, obviamente (links 1, 2 e 3). Há sempre um ranço de soberba que nos mete em questionamentos, a tentar descobrir o imperscrutável. Imperfeito, imperfeição e outras palavras de mesmo sentido devem ser repetidas à exaustão, compulsivamente, para sempre nos lembrarmos de nossa condição humílima neste mundo e de que a soberba não nos leva a nada, torna-nos mais obtusos ainda.
Porém, nada disso seria aceitável e até louvável, não fosse o testemunho dos primeiros cristãos, os apóstolos de Cristo e seus seguidores. O heroísmo, a fibra e os prodígios que fizeram, em nome de Jesus e transformados por Ele, lançam-me à constatação do Divino e da sua presença na história do universo e da humanidade, embora com origem em insondáveis desígnios. A sequência de fatos, relatos, previsões e realizações espantosamente coerentes, desde os ditos dos antigos profetas, num « ovo de Colombo » em prosa e verso, não me deixam outra alternativa senão crer.
Sim, eu creio. Contra esta confissão, que eu não argumente mais.
Creio e confio no Amor misericordioso de Deus que veio a nós, miseráveis. Jesus se humilhou como nós e venceu a morte, nesse misterioso processo de resgate, que nos leva de volta à Eternidade – o Papa Francisco falou lindamente sobre isso – link 4. O Espírito Santo nos ilumina, precisamos nos deixar besuntar por este unguento de Amor.
Creio e confio na mediação de Nossa Senhora, nossa Mãe tão doce! Ela está próxima de nós, não nos deixa desamparados. Provei da Sua doçura, gosto de dar este testemunho, de todo o meu agradecido coração!
Quero finalizar esta reflexão de hoje com a conhecida oração ao santo Anjo da Guarda e com uma linda oração a Nossa Senhora Auxiliadora, em forma de soneto, escrita pelo poeta Mário de Lima.
« Santo Anjo do Senhor, meu zeloso guardador, se a ti me confiou a piedade divina, sempre me rege, guarda, governa e ilumina. Amém. »
VIRGEM AUXILIADORA
(Mário de Lima)
Minha
Nossa Senhora Auxiliadora,
Mãe de misericórdia e de perdão,
Sê,
por piedade, a minha protetora
nas amarguras deste mundo vão.
Em
minha alma teus zelos entesoura...
Nunca olvides meu pobre
coração...
E fulge, sempre, ó luz consoladora,
em meio às
sombras que o envolvendo estão.
Ó
milagrosa Virgem de D. Bosco,
ouve a súplica humilde, o verbo
tosco,
de um frágil pecador, mísero réu...
Acompanha
na vida o meu fadário...
E seja, à hora da morte, o teu
rosário,
a escada augusta que me leve ao céu!
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« Jesus, Maria, José, meu coração vosso é. »
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