terça-feira, outubro 26, 2021

Diálogo

 


Por onde andas?

No céu das águas?

Ou no espelho das folhagens?

O patinho reluzente,

singrando as águas do rio,

como um navio,

singular, atraiu o meu olhar.

Eu me aproximei,

pelas lentes da câmera.

Como um caçador, mirei,

fotografei.

A presa na imagem: surpresa!

É um marreco... eco... eco...

formando ondas, ondas...

em nome do meu amor.

- Por onde andas? - perguntei.

Para onde levas a minha dor?

- Estou indo para o mar.

O coração solitário que vês

tem, agora, outro norte,

onde não existe o penar,

onde não existe a morte que o mundo fez.

Os cotovelos das águas

não são mágoas, são desvelos por ti,

verdes como sagrada esperança.

- Sendo assim, muito obrigada – agradeci.

Vou guardar perseverança,

aguardar minha vez.


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