- “Eco, a vida é
chocante!”
E, com uma voz tocante,
O eco me respondeu: “Cante!”
Théodore Botrel (1868-1925) [1]
E, com uma voz tocante,
O eco me respondeu: “Cante!”
Théodore Botrel (1868-1925) [1]
A prática da penitência é individual,
cada um oferece seus exercícios de privações, seus sofrimentos, suas dores, em
arrependimento, como exercício de humildade e como reparação por faltas
cometidas. Isso não significa que devemos nos anestesiar com relação ao
sofrimento do outro. Ao contrário, a caridade, o amor ao próximo, nos conduz a
mais uma forma de penitência que pode e deve ser praticada, como renunciar a
algum conforto próprio para ajudar a diminuir o sofrimento do outro,
engajando-nos em algum tipo de missão em prol da dignidade humana e da
conversão das almas.
Somos chamados a fazer
penitência, especialmente durante a Quaresma. Alguém diz que a vida já é muito
sofrida e interroga por que ainda temos que fazer penitência. É verdade, o
sofrimento está presente na vida de todos, uns mais, outros menos, dependendo
de muitas variáveis. Podemos usar a prática de sublimar estes sofrimentos, para
juntá-los ao “capital de graças” do evento salvífico, unindo-nos à Cruz do
Salvador. Foi Jesus mesmo que disse: “Fazei
penitência, porque está próximo o Reino dos Céus.” (Mt 4,17).
Não que sejam desnecessárias
em outras épocas do ano, mas o período da Quaresma é especialmente dedicado à
reflexão e à penitência, para a conversão. Costumamos pensar que a conversão se
dá de um estalo, como "cair do cavalo" – isso aconteceu com o grande São
Paulo, mas nem todos recebemos esta graça. Temos que trabalhar sempre, pois a
conversão, em geral, é um processo diário que precisamos manter ativo.
Não concordo que neste
período que precede a Páscoa devamos cultivar a tristeza. Claro que pensar na
Paixão de Cristo nos causa muito pesar, mas deveria, ao mesmo tempo, ser motivo
de alegria interior, pois Ele fez isso para nos salvar e RESSUSCITOU! A
sublimação dos nossos sofrimentos, das privações, dos engajamentos em obras
humanitárias, isto é, praticar esses atos por amor a Deus, propicia-nos
surpreendentes estados de contentamento, que superam os sacrifícios
enormemente. Vamos, então, ter isso em mente, para uma Quaresma com alegria!
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[1] Tradução livre de:
– « Écho, la vie est méchante ! »
Et, d’une voix bien touchante,
L’Écho m’a répondu : « Chante ! »
– « Écho, la vie est méchante ! »
Et, d’une voix bien touchante,
L’Écho m’a répondu : « Chante ! »
em
La chanson de l’écho (Théodore Botrel)
Rôdant, triste et solitaire
Dans la forêt du mystère,
J’ai crié le cœur très las :
« La vie est triste ici-bas ! »
L’Écho m’a répondu : « Bah ! »
– « Écho, la vie est méchante ! »
Et, d’une voix bien touchante,
L’Écho m’a répondu : « Chante ! »
– « Écho, Écho des grands bois,
Lourde, trop lourde est ma croix ! »
L’Écho m’a répondu : « Crois ! »
– « La haine en moi va germer,
Dois-je rire ou blasphémer ? »
Et l’Écho m’a dit : « Aimer ! »
Comme l’Écho des grands bois
M’a conseillé de le faire :
J’aime, je chante et je crois !
... Et je suis heureux sur terre !
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[2] Links relacionados :
A penitência e a oração são fontes de conversão
Origem e sentido da Quaresma
Quaresma - Papa Francisco
Conversão de São Paulo
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