quinta-feira, outubro 13, 2016

Reflexões para 2018




Estive fazendo uma retrospectiva, com relação à violência no Brasil, mais especificamente, em Belo Horizonte. Tenho dados que ajudam minha memória, num certo período. Conheci o meu canadense, pela internet, em junho de 1996. Ele não conhecia praticamente nada sobre o Brasil. Para dar uma ideia a ele, saí pelas ruas e avenidas de BH, filmando vários lugares interessantes.
Na época, eu tinha aquela câmera enorme, que a gente apoiava no ombro, para gravações em VHS. Filmei lá em cima, no alto da Afonso Pena, Praça do Papa, Praça da Bandeira, Praça Tiradentes, Praça da Liberdade, Centro da cidade e arredores da Santa Casa, onde eu trabalhava. Fixava a câmera no painel do meu carro e lá ia eu filmando o trajeto (fazia uma verdadeira gambiarra, a câmera no tripé e fixada com fitas adesivas, para não balançar). Quando chegava no lugar onde queria filmar com detalhe, estacionava o carro na rua, despregava a câmera do painel e saía do carro, filmando a pé, com bolsa a tiracolo e câmera no ombro. Ia sozinha, sem medo de me roubarem a bolsa, ou aquele trambolho que, nem que eu quisesse, não dava para esconder; tampouco pensava que alguém podia aparecer na minha frente, armado, para roubar meu carro. Diga-se de passagem, não sou uma pessoa destemida nem temerária, muito pelo contrário.
Isso foi, como eu disse, em 1996. Era hora para fazer as mudanças necessárias, para tirar o povo da pobreza, para melhorar as condições dos desvalidos. Os brasileiros estavam esperançosos, naquela época, a sociedade estava disposta a enfrentar mudanças sociais... Tanto que elegeu um ex-exilado, sabidamente socialista. Mas não, não mudaram grande coisa.
Entre 1996 e 1999, os assaltos nas ruas e às casas aumentaram absurdamente. Sei que foi nesse período porque me mudei para o Canadá em 1999, logo só posso ter visto isso até aí. Na nossa rua, em plena luz do dia, ouvíamos gente gritando socorro, várias vezes por dia, alarmes de carro disparando. Meu quarto ficava no lado da casa que dava para o cruzamento entre duas ruas, e uma delas parecia ser um corredor de fuga dos pivetes; à noite, acordava inúmeras vezes com correrias e gritarias na rua e, não raro, havia tiroteio; eu tinha até medo de tomar alguma bala perdida. Chegou a um ponto em que os moradores resolveram colocar vigia de rua.
Nos arredores da Santa Casa, a coisa virou um pesadelo. Médicos, andando nas vias públicas, não podiam mais atender o celular, que passava um e quase arrancava-lhe a orelha junto. A piora da segurança pública foi muito rápida, as estatísticas de crimes subiram como um foguete e eram diretamente associadas ao tráfico de drogas. Eram pivetes traficantes e usuários que passaram a aterrorizar os transeuntes. Dá a impressão de que houve algum tipo de facilitação para a instalação e o crescimento desse desastre, que ocorreu em todo o Brasil.
Nessa altura, quando ia a pé para o trabalho, eu já nem carregava bolsa. Colocava meus papéis numa sacolinha de supermercado e algum dinheiro no bolso de trás da calça, para o caso de ser abordada por um bandido e ter o que dar. Que qualidade de vida é esta? Lembram que, em 1996, eu andava com minha câmera na rua, sem problemas?
Depois, estive de volta ao Brasil em 2001 e de 2002 a 2004. A situação estava tétrica. Fiquei apavorada, pois já tinha-me acostumado com a tranquilidade e segurança do Canadá. E, até hoje, só vejo notícias de que a coisa tem piorado cada vez mais.
Fui checar quais eram os governos federais nesses períodos. Com que personagens da nossa história me deparei? O primeiro governo de Esquerda, após a ditadura militar, foi o do FHC; seu primeiro mandato começou em 1995. Somando com Lula e Dilma, são 22 anos de governos supostamente de Esquerda, no Brasil.
Dá muito desgosto pensar como estes governantes desprezaram o apoio maciço que a população brasileira lhes deu. Foi uma traição vergonhosa. Nenhum deles fez maiores esforços para melhorar as condições dos pobres brasileiros, impelindo muitos deles a procurar sobrevivência e poder paralelo por meios ilícitos – tráfico de drogas, assaltos, homicídios. Os alegados ganhos sociais não passaram de "marketing", afinal. Foi só "para inglês ver".
Sei não... Pode até ser algum delírio, mas chego a achar que isso é uma estratégia dessa turma que segue os preceitos de Marx (violência, lembram do que ele escreveu sobre isso?), impingindo o caos civilizatório à nação, para que possam fazer o "diabo", como já chegamos mesmo a ouvir de viva voz e a constatar, com as provas da roubalheira.
Temos que ficar atentos e nos prepararmos para as eleições de 2018.
A experiência de governos de Esquerda no Brasil foi desastrosa, criminosa. Justamente os governos em que tantos haviam depositado a esperança de dias melhores. Esta Esquerda brasileira que vimos representada no poder, todo esse tempo, bem como seus correlatos, na minha opinião, não merecem nossos votos. 

Sejam quais forem os eleitos nas próximas votações, urge que exijamos a melhoria nas condições de vida de todos! Não podemos permitir que haja gente vivendo ainda na "idade média", em pleno terceiro milênio da era cristã. Se deixarmos para governantes e políticos decidirem, sabemos o que a maior parte deles faz: rouba. Se não fizermos nada para que isso mude, se não pusermos a boca no mundo, estaremos compactuando com isso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário