Para o Dia das
Mães, o assunto é vida, claro. Lembrar das mães que já morreram também é uma
forma de celebrar a vida, seja pelo legado que deixaram, seja pela crença na
continuidade dos tempos, além do que para nós é possível captar.
Entre tantas
boas mães, faleceu uma na semana passada, em Belo Horizonte, esta que julgo
especial o bastante para figurar como exemplo para o Dia das Mães, Maria
Geralda Tamm de Lima Belfort, aos 99 anos de idade. Belo-horizontina da gema,
era oriunda, tanto pelo lado paterno quanto pelo lado materno, de famílias
pioneiras na capital mineira, que ajudaram a construir a cidade.
Impossível
falar sobre ela, sem lembrar do seu amado esposo, que ela perdeu ainda jovem,
mas que guardou sempre vivo em seu coração, dando a todos nós a prova de que o
amor é eterno. Ela, juntamente com seu marido, Newton Romaguera Belfort, contribuíram
para o bem da humanidade, como cidadãos dignos. Ele, chamado a representar o
país juntamente com os Aliados, na Segunda Guerra Mundial, cumpriu sua missão e
partiu poucos anos depois, para onde ela, agora, foi encontrá-lo.
Ela passou por
muitas outras duras provações na vida, por sofrimentos imensuráveis,
superando-os com a força de seu caráter e com a fé inabalável que sempre fez
questão de propalar, dar testemunho. Tudo isso mantendo constante serenidade e
delicadeza, com palavras boas e encorajadoras para todos, em todas as
circunstâncias.
Desempenhou
seu papel de mãe de modo exemplar, não só com seus próprios filhos mas com
todos aqueles que lhe parecessem desamparados ou que procurassem sua atenção.
São pessoas
assim que deviam estar em destaque nos noticiários. Cidadãos honestos que
deixaram bom exemplo e que merecem ser lembrados para dar ânimo à humanidade,
para não deixar perecer a dignidade no mundo em que vivemos... Este mundo que
anda tão desamparado, precisando de mães como ela.
Acton Vale
(Canadá), 10 de maio de 2014.
Maria do Carmo
Vieira-Montfils
Publicado no Jornal o Tempo, clique aqui para ver
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