quarta-feira, novembro 02, 2022

Todos os Santos

 

"Família que briga por politica briga por toalha molhada e janela aberta.
Aqui em casa é uma diversidade bendita, amor e desacordo."

-José Eduardo

Eis aí, em epígrafe, uma simples postagem de rede social, do primo José Eduardo, condensando princípios básicos de ética e cidadania, respeito e tolerância - tudo o que o Brasil está precisando tanto! E dito, assim, de improviso, tão poeticamente!

A polarização política extrema a que se chegou no Brasil, com falta de respeito e de tolerância em ambos os pólos, está uma coisa calamitosa. Trocam-se discursos irados com acusações e ambos os lados não percebem que eles próprios estão cheios de ódio uns pelos outros - cada um acha que o outro é que está. Graças a Deus não são todos que estão nesse fanatismo, mas grande parte da população está se deixando levar por essa onda insana.

Todos querem o bem do país, não tenho a menor dúvida. Todos acham que estão na melhor via, em busca da liberdade, da paz... e tome "textão"! Enfim, todos acham que estão certos e que o outro lado vai destruir a nação, aumentar a pobreza, etc.

Coisa triste, os dois lados têm gente que fabrica as famigeradas "fake news". Já recebi várias de ambos. Antes, eu verificava tudo e descobria que eram mentirosas. Atualmente, nem abro esses arquivos duvidosos mais. Cansei de "extrair a raiz quadrada" - expressão que minha mãe usava para dizer que eu esmiuçava tudo.

Tenho familiares muito queridos que pensam diferente de mim. Mantive-me bastante discreta com estes, só falei sobre o assunto com quem eu sabia que estava do mesmo lado que eu. Não me sinto no direito de criticar ou tentar forçar mudança de pensamento de ninguém. Só quando era interpelada que me manifestava, mostrando minha opinião.

Também não quis nem estava em condições de me envolver em polêmicas, que fosse para ajudar, pois estava e estou, ainda, num processo de luto muito doloroso, precisando mais mesmo é de receber ajuda - não financeira, pois tenho o suficiente para sobreviver. Graças a Deus, não faltou quem me acudisse na viuvez, que me aconteceu sem aviso prévio, na pior fase da pandemia. Sempre tive - e tenho - gente caridosa para conversar comigo ou, pelo menos, mandar mensagens carinhosas. Guardo essas pessoas num lugar muito especial do meu coração.

Agora, ao final do processo eleitoral, não nego que fiquei triste porque o candidato que escolhi perdeu. Mas não vou embarcar em sentimentos negativos. Eu não perdi, pois fiz o que achei que era melhor para todos - consciência em paz é uma vitória. Além do mais, rezei muito para que o melhor acontecesse para o Brasil. Se o país tem que passar por isso, que assim seja. Mas não seria pelo meu voto que a nação seria lançada sob o domínio de uma ideologia que tira Deus do coração do homem. Isso não.

Para terminar, quero falar sobre o esforço que fiz para ficar contente com a felicidade de entes queridos que escolheram o candidato que ganhou a eleição, apesar de eu mesma não estar feliz. Amar meus queridos, amo muito. Por isso, aproveitei essa experiência espiritualmente enriquecedora, para tentar "crescer". É um exercício mental hercúleo, mas humildemente gratificante. Uma vez alcançado esse intento, fico mais capacitada para estender o sentimento a todos os brasileiros.

Talvez seja mais fácil para mim, que estou longe dos embates cara a cara. Mas há quem consiga lá no Brasil mesmo, com mais naturalidade, sensatez e poesia, como constatei com a postagem do primo José Eduardo, em rede social, em itálico na epígrafe. Obrigada, primo, pela lição. E parabéns!

Ontem, quando comecei a escrever este texto, foi a Festa de Todos os Santos. Que eles intercedam por nós, nos difíceis caminhos destas paragens.

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