quarta-feira, novembro 30, 2022

O choro é livre

 

"O choro é livre"

Ainda bem que pelo menos o choro ainda é livre. Já pensou não poder chorar mais e, se chorarmos, tivermos que pagar multa, formos presos ou tivermos alguma coisa bloqueada na nossa vida? Nem é bom falar muito, para não dar ideia.

Mas, voltando ao mundo democrático que existe dentro da nossa cabeça, onde a gente pode pensar, ou pensa que pode... Alguém perguntou: "O que é mais libertador, chorar convulsivamente ou compulsivamente?"

Eu não conhecia a expressão "chorar compulsivamente". Achei uma explicação no Ciberdúvidas que não me convenceu (ver links relacionados, ao final).

Chorar convulsivamente, sim, este choro, eu conheço; a pessoa sacode como se estivesse em um tipo de convulsão. É aquele choro seco que se manifesta por solavancos respiratórios, quase sem som, acompanhados de mímica facial contraída; em geral, a pessoa leva as mãos ao rosto, como que para se esconder ou se proteger. É horrível, principalmente, se a pessoa estiver sozinha... longe de ser libertador... e não estou falando como médica, apesar de ter usado uma descrição aparentemente anatômico-fisiológica, para camuflar alguma conotação eventualmente sentimental. Não quero choros inúteis, já bastam aqueles dos quais não podemos escapar.

Se é que libertador, aqui, tem sentido de instrumento de desabafo, seja qual for o choro, ele o é quando existem pessoas próximas que confortam aquela que chora. Acho que faz parte do repertório normal da interação humana, esse negócio de chorar e ser consolado.

Nada "libertador", porém, é não conseguir chorar. Acho muito ruim. Mas muito bom é o Nat King Cole cantando "Não tenho lágrimas" (links relacionados abaixo).

Já dizia o poeta Mário de Lima em sua "Quadrinha":

“Tortura menos a mágoa
que lágrima aos olhos traz,
porque nesta gota d'água
é que a dor se liquefaz".

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Links relacionados:

Chorar convulsivamente ou compulsivamente

Não tenho lágrimas

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