domingo, maio 03, 2020

Luminosos – para as mães

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Ela não é o Sol, que pela vivacidade dos seus raios poderia cegar-nos por causa da nossa fraqueza. Ela é bela e doce como a Lua, que recebe a luz do Sol e a abranda a fim de adaptá-la à nossa pequenez. – São Luís Maria Grignion de Montfort

Rezar o terço todos os dias é sublime. Quando era criança, rezávamos em casa, em família. Depois, perdemos o hábito. Recuperei-o, ultimamente, sinto enorme prazer, não consigo mais parar. Rezo sozinha, no silêncio da noite boreal. Resgatei, também, com a ajuda inestimável de Nossa Senhora, um pouco da fé infantil que eu tinha. Nunca a perdi, mas deixei-a arrefecer por longos anos.
Por tanto tempo privei-me das graças e consolações que, por meio de Nossa Senhora, podemos receber. Quantas vezes, furtei-me a pronunciar louvores a Ela, esquivando-me de chamá-la de Santíssima Virgem, Maria Imaculada, Mãe do Céu... De que inefável prazer me desamparei! Vou reler as ladainhas muitas vezes, para melhor glorificá-la.
A tempo envelheci. A tempo perdi o respeito humano e certas míseras vaidades; posso agora desfrutar essa doçura. Consagrada a Ela no mesmo dia em que fui batizada, graças ao nosso pároco [10] – que Deus o tenha – Nossa Senhora não me abandonou, apesar de minha devoção ter-se esfriado durante tanto tempo.
Ela nos leva a Jesus, nossa Salvação [3] [4]. Ela reflete a luz do Sol, como a lua. Inspiradamente disse São Luís Maria Grignion de Montfort: “Ela não é o Sol, que pela vivacidade dos seus raios poderia cegar-nos por causa da nossa fraqueza. Ela é bela e doce como a Lua, que recebe a luz do Sol e a abranda a fim de adaptá-la à nossa pequenez.[5].
Rezando o terço, através dela, meditamos sobre o mistério da nossa fé. Esta semana, resolvi contemplar os Mistérios Luminosos, instituídos por São João Paulo II. Como não é obrigatório incluí-los, nunca tinha experimentado. Sem querer abandonar a sequência tradicional, resolvi contemplar os Mistérios Gozosos e Luminosos, ao mesmo tempo, na quinta-feira. O saudoso Papa João Paulo II acrescentou os Mistérios Luminosos, como ele próprio disse: “Para ressaltar o caráter cristológico do rosário, considero oportuna uma incorporação que, embora fique à livre consideração dos indivíduos e da comunidade, lhes permita contemplar também os mistérios da vida pública de Cristo desde o Batismo até a Paixão”. [1]
Logo ao começar a rezar, percebi uma certa correspondência entre os Gozosos e os Luminosos [2]. O primeiro dos Gozosos é a Anunciação a Maria de que ela conceberia Jesus, e o primeiro dos Luminosos é o Batismo dEle no Jordão. Em ambos ocorre um evento marcante para a introdução de Jesus na história da humanidade, demonstrando a determinação divina de se submeter à condição humana.
No segundo Mistério Gozoso, contemplamos a visita da Virgem Maria à sua prima Isabel e, no segundo Luminoso, as Bodas de Caná. Aqui também encontramos semelhança, nos primeiros sinais do poder divino de Jesus. Quando faz estremecer, por força da Graça, o pequeno João Batista, no ventre de Isabel, e quando transforma água em vinho. Em ambas as ocasiões, foi por intercessão de Maria que Ele agiu. No primeiro caso, foi a saudação dela a Isabel que desencadeou a ação sobre a outra criança e, no segundo caso, foi o pedido de Maria.
Terceiro Mistério Gozoso: Nascimento de Jesus. Terceiro Mistério Luminoso: Anúncio do Reino de Deus e chamado à conversão. Jesus aparece ao mundo quando nasceu do ventre de Maria e quando iniciou a pregação do Reino de Deus. [7]
Quarto Mistério Gozoso: Apresentação de Jesus ao Templo. Quarto Mistério Luminoso: Transfiguração [6]. Contemplamos, nesses dois mistérios, o anúncio da glória de Jesus, ora pelo ancião Simeão e pela profetisa Ana, ora pela sua própria Transfiguração, ao lado de Moisés e Elias, dando continuidade à Revelação, e pela Voz de Deus que O confirma.
Quinto Mistério Gozoso: Jesus perdido e achado no templo entre os doutores. Quinto Mistério Luminoso: Instituição da Eucaristia. Jesus instituiu a Eucaristia, para que, após ressuscitar e elevar-se aos Céus, não estando mais à vista neste mundo, permanecesse em nós. Assim como Maria e José O perderam de vista, embora Ele estivesse no Templo, cuidando das coisas do Pai; assim como está Vivo, escondido na Hóstia Sagrada. [8] [9] Deus seja louvado!
Nesta semana deste mês de maio, quero dedicar este texto e o meu terço à minha mãe, também às outras mães. Peço a Nossa Senhora, nossa Mãe do Céu, que proteja e rogue a Deus para iluminar todas as mães deste mundo.
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