domingo, maio 24, 2020

Pentecostes e Confirmação


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Vinde Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do Vosso Amor. Enviai o Vosso Espírito e tudo será criado e renovareis a face da terra.

O momento da liturgia católica em que estamos, relembrando morte, ressurreição e ascensão de Jesus, faz-me pensar na nossa situação atual, durante a pandemia da Covid-19. Os apóstolos estavam com medo de morrer. Evitavam encontrar outras pessoas, ficavam confinados, a portas trancadas.
Apesar de Jesus tê-los advertido que o momento, para Ele, de morrer estava próximo, mas que ressuscitaria, os discípulos não compreenderam muito bem aquela realidade que estava prestes a acontecer. Quando ocorreu, e devido à brutalidade com que Jesus foi torturado e crucificado, ficaram aterrorizados, apesar do que Jesus lhes dissera: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize. Ouvistes que eu vos disse: Vou, e venho para vós. Se me amásseis, certamente exultaríeis porque eu disse: Vou para o Pai; porque meu Pai é maior do que eu. Eu vo-lo disse agora antes que aconteça, para que, quando acontecer, vós acrediteis.” (João 14:27-29)
Após a ressurreição, Jesus apareceu entre eles várias vezes, ensinando-lhes muitas coisas, que foram ficando cada vez mais claras, sob a ação do Espírito Santo infundido neles, mesmo antes de Pentecostes (João 20:21-22). Jesus os orientou a pregar seus ensinamentos e a fazer discípulos de todas as nações. Disse, ainda, que estaria com eles [nós] até a consumação dos séculos (Mateus 28:17-20).
Os apóstolos ficaram muito alegres, embora ainda temerosos, encontrando-se sempre a portas fechadas. Depois de quarenta dias, Jesus ascendeu aos Céus (40° dia após a Páscoa), deixando a promessa da vinda do Espírito Santo, em Pentecostes (50° dia após a Páscoa).
A descrição da Ascensão de Jesus aos Céus deixa-me perplexa, exatamente como ficaram os apóstolos que presenciaram o fenômeno do desaparecimento de Jesus. A ponto de terem sido interpelados por dois anjos: “Galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus que dentre vós foi recebido no céu, assim virá do modo como o vistes ir para o céu.”( Atos 1:9-11)
Ainda segundo os relatos das Escrituras, os apóstolos ficaram cheios de júbilo, depois disso; esperando a vinda do Espírito Santo, reuniam-se no cenáculo, juntamente com Nossa Senhora. Quando veio o Espírito sobre eles, foram revigorados na fé, na coragem, na compreensão da Palavra de Deus, receberam o dom de falar outras línguas, saíram pregando os ensinamentos de Jesus pelo mundo afora e fazendo prodígios em nome dEle, como fora prometido.
Não tinham mais medo de serem capturados e martirizados, enfrentaram tudo e todos. Eles se desapegaram das coisas do mundo, voltaram-se inteiramente para Deus, seguindo o Caminho, a Verdade e a Vida – que é Jesus.
Vamos nós, também, exercitar esse desapego. Claro, também temos medo de morrer, queremos viver mais tempo para realizar melhor essa passagem pelo mundo. Mas não vamos nos esquecer de que recebemos sacramentos que nos dão graças para nos fortalecer e para nos prepararmos para o que der e vier.
Cada um de nós pode ter o seu “Pentecostes” individual que é o sacramento da Crisma, da Confirmação – é só assumir sua fé de livre vontade, ao ser crismado, e viver por ela. Se alguém já recebeu o sacramento quando era mais jovem, sem ter ainda conhecimento amadurecido da sua validade e importância, não precisa receber de novo, pois a infusão impressa na alma não se apaga; basta tomar consciência e buscar seus efeitos no coração – eles estão lá (Os dons do Espírito Santo).
        Vamos aproveitar esse tempo de confinamento para meditar sobre tudo isso...
       “Oremos: Ó Deus que instruístes os corações dos vossos fiéis, com a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas segundo o mesmo Espírito e gozemos da sua consolação. Por Cristo Senhor Nosso. Amém.”
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