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O tabu que se tinha – e se
tem ainda – com sexo era tamanho que afetou até os ensinamentos catequéticos.
Não se explicava claramente o que se queria dizer. Um exemplo disso é a ideia
que muitas pessoas têm até hoje de que, quando se diz que Maria foi concebida
sem pecado, a igreja católica estaria querendo dizer que não houve relação
sexual para a sua concepção; não é isso! A ideia é de que a pessoa dela não tem
pecado desde a sua concepção [1].
Não há intenção nenhuma de dizer que não houve ato sexual para concebê-la. O
tabu está tão entranhado, que essas pessoas associam a palavra pecado
imediatamente a sexo – pensam que quando se diz “sem pecado” quer-se dizer sem
sexo. Qualquer um tem o direito de não acreditar, mas pelo menos que saiba em
quê não acredita.
A Igreja católica não
considera sexo como pecado. Ao contrário, considera como elemento fundamental para
o caminho de santidade de um casal – sim, santidade, outro conceito tabu para
muita gente(*). É engano pensar que o sexo somente seja considerado “santo” quando
para ter filhos. Fosse este o pensamento canônico, não seria aceito o casamento
de pessoas inférteis. O prazer sexual é um dos elementos sagrados para um casal [2].
Já para a concepção de
Jesus, os ensinamentos católicos dizem que foi por obra do Espírito Santo, ou
seja, que não houve homem mantendo relação sexual com Maria. Não porque isso
fosse pecado, mas porque Jesus é humano e divino ao mesmo tempo, Ele tinha que ser formado com uma natureza humana e uma natureza divina – ficamos,
assim, intimamente unidos à natureza divina; a explicação é essa. A sua
natureza humana veio de alguém livre de pecados, não contaminada por pecado
algum, como é a Virgem Maria. E a sua natureza divina veio diretamente de Deus.
Dessa maneira, nossa natureza humana fica habilitada a alcançar a santificação no plano salvífico [3]. Como esta união
se fez não sabemos. É mistério para nosso limitado entendimento. Ou acreditamos
ou não – "é pegar ou largar".
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(*) Ser santo não é ficar de
mãos postas, andando de joelhos. Claro, se sentirmos que é preciso fazer isso
em algum momento, que façamos; cada um com sua necessidade, cada um “na sua”. O
Papa Francisco falou sobre “santidade” numa audiência em 19 de novembro de 2014
[4].
Gosto do jeito que ele explica, accessível a todos: “Muitas
vezes somos tentados a pensar que a santidade só está reservada àqueles que têm
a possibilidade de se desapegar dos afazeres normais, para se dedicar
exclusivamente à oração. Mas não é assim! Alguns pensam que a santidade é
fechar os olhos e fazer cara de santinho! Não, a santidade não é isto! A
santidade é algo maior, mais profundo, que Deus nos dá”. “Quando o Senhor nos convida a
ser santos, não nos chama para algo pesado, triste… Ao contrário! É o convite a
compartilhar a sua alegria, a viver e a oferecer com júbilo cada momento da
nossa vida, levando-o a tornar-se ao mesmo tempo um dom de amor pelas pessoas
que estão ao nosso lado”.
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