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Tenho visto reportagens
alarmantes sobre o “mal de vivre” em idades cada vez mais precoces, bem como
casos de suicídio de crianças! Um artigo escrito por especialistas, que li
recentemente, sobre uma menina de apenas 7 anos, me impressionou bastante (link
ao final do texto). O que está acontecendo com nossa sociedade? Não são só crianças em meio "desfavorável", como o caso relatado no artigo, que estão apresentando sintomas preocupantes (ver outro artigo também ao final do texto).
Não sou especialista, mas
posso dar um testemunho pensando em minha própria infância e nos tempos atuais.
Quando eu era criança, não se falava categoricamente, como se fala hoje, que a espécie
humana é a pior que existe. Tampouco dava-se mais importância à natureza –
animais, vegetais, minerais – que ao ser humano, como se fôssemos algo
diferente do resto. Ou melhor, embora soubéssemos, obviamente, que fazíamos
parte do Reino Animal, também havia uma ideia de divisão entre a natureza e a
nossa espécie, no sentido inverso do que existe hoje, ou seja, talvez nos
supervalorizássemos, em detrimento dos outros.
Ambas as posturas são
falhas, tudo que é exagerado não é bom, na minha opinião. Mas, pelo menos,
tínhamo-nos em melhor conta que hoje, havia a esperança de que o ser humano
fosse capaz de ser bom ou, pelo menos, de melhorar. Havia incentivo para as crianças
se tornarem construtoras de um futuro melhor. Ninguém ficava gritando aos
quatro ventos que nós somos maus, destruidores e que não temos remédio. Esse
diagnóstico tem prognóstico sombrio.
As crianças não são surdas.
Elas ouvem isso e, quiçá, algumas se sintam mal, mais intensamente. Se eu,
adulta – já tendo vivido o bastante para ser considerada idosa, portando
escudos de defesa psicológica que adquiri com o correr da vida – sinto-me
incomodada com esse tipo de pensamento/comportamento, que chega a me causar tristeza,
fico imaginando as crianças que ainda estão indefesas, cujos cérebros sequer
acabaram de se desenvolver plenamente, estão ainda colhendo dados para formar
seus próprios cabedais, a partir do que experimentam pelos seus cinco sentidos.
Coloquem-se no lugar delas.
Imaginem a cena: adultos em
bate-papo na sala, uma criança a poucos metros, concentrada em algum joguinho
de aplicativo... - Ah, esse mundo está de
mal a pior, a humanidade não tem jeito, não tem futuro – alguém diz e pensa
que a criança não ouviu, ou não compreendeu, ou não avalia a gravidade do que
foi proferido. Na realidade, quem falou é que não avalia a gravidade do que
disse, nem compreende que a criança está assimilando esta baboseira
apocalíptica como verdade última.
Deve ser horrível crescer sem
esperança no seu próprio futuro. Nem os mais pobres recebem esta "sentença", sempre têm algum sonho e ninguém pode garantir que não poderão realizá-lo. A
humanidade tem muita coisa ruim, mas não se pode generalizar de modo algum.
Não é só isso, claro, os problemas
são muito complexos, mas se pudermos evitar aquilo que está a nosso alcance...
Precisamos respeitar mais a
infância, em todos os aspectos, com incentivo para viver bem, para tornar isso
possível. Não significa mentir, devemos sempre dizer a verdade. É preciso evitar
dizer coisas das quais não se tem certeza, como se fossem verdades
irrefutáveis. Não há provas de que a humanidade inteira seja um caso perdido.
Ao contrário, ela tem prosperado muito em inúmeros setores da vida. Vamos nos
esforçar para dar bons exemplos às nossas crianças, para que elas não desanimem.
Disso depende o bom prognóstico delas e do futuro.
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