terça-feira, setembro 09, 2025

Ar do Brasil

 

Fazendo uma arrumação, para terminar o verão de casa limpinha, cheirosa, encontrei essa garrafinha graciosa, presente de minha irmã.

Ela era tão generosa, tudo dela era exagerado; mandava tudo dobrado, triplicado, um para me agradar, outros para eu presentear.

Esta eu dei para o meu sogro. Ela voltou, quando ele se mudou.

Eu me lembro que ele ficou muito intrigado com o presente. Ele me disse que o ar do Brasil estava ali, mas a tampa não abria, era um presente escondido. E se ele abrisse, o ar iria embora pelos ares daqui. Ele se divertiu com a brincadeira.

O ar do Brasil está lá dentro até hoje, atestado com letras de ouro de Minas Gerais. Desse jeito é o Brasil que é meu, com o coração de ferro e ouro das Minas que Deus deu, dentro do meu, e não sai.

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Nota: na foto, não dá para ver o dourado das letras e dos contornos dos desenhos, mas é ouro de Minas mesmo. Peça feita por artesãos.


terça-feira, agosto 26, 2025

Doce Coração de Maria

 

 

(25 de agosto de 2025)

"Les sceptiques seront confondus" - como dizia o personagem Capitaine Bonhomme, de Michel Noël. Na verdade, eu sei que os céticos não acreditam em fenômenos do tipo que abordo neste texto, porque eu já fui muito mais cética do que sou hoje, eu sei o que é isso. Mas, se meu depoimento puder confundi-los um pouco, já terá sido bom. Sempre tenho este ímpeto de partilhar, para que outras pessoas sintam o bem que faz ter fé, crer. Penso que isso de querer que outros acreditem é outro sinal de que estes fenômenos vêm do Alto, porque o que seria mais compatível com meu perfil psicológico seria não contar para ninguém, para não ser desacreditada, para não me sentir vexada.

Por tanto tempo privei-me das graças e consolações que, por meio de Nossa Senhora, podemos receber. Quantas vezes, furtei-me a pronunciar louvores a Ela, esquivando-me de chamá-la de Santíssima Virgem, Maria Imaculada, Mãezinha do Céu... De que inefável prazer me desamparei!

O primeiro coração — no meu caminho — que mostrei na foto do texto anterior (No coração de BH) foi quando fui visitar minha mãe, em 2013. Ela estava muito doente, já com quase 97 anos, temíamos que morresse.

Depois daquele de 2013, o próximo coração que me "apareceu" foi em maio de 2015, às vésperas de eu ir de novo visitar minha mãe, que estava muito mal, novamente. Estive lá em junho. Eu não me lembrava mais do "coração de BH". Mas ele estava batendo na minha "porta".

Desde o início de 2015, eu tinha passado a rezar como nunca rezei na minha vida. Este coração de maio, uma gota de água em perfeita forma de coração, impactou-me, foi como uma resposta às minhas orações (que não vem ao caso aqui esmiuçar). E no mês de Maria, por sinal... um sinal, sim, nossa mãezinha do Céu me consolando, mostrando sua doce Presença Materna; isso eu senti, não foi um pensamento, fui induzida a sentir a presença dEla.

Em 2020, renovei minha Consagração a Nossa Senhora e, todo ano, desde então.

Só hoje liguei os pontinhos... foi quando eu estava com medo de perder a minha mãe, nas duas vezes em que vi os primeiros corações. Foi Ela, Nossa Senhora, que quis me amparar, pois eu estava realmente me sentindo desamparada. E, daí em diante, não pararam mais de aparecer corações no meu caminho, no meu dia-a-dia, em todo tipo de material, em tudo! São tantos, já perdi a conta. Sempre que os vejo, meu coração é tomado por uma doçura indizível, com um forte sentimento de que vem de Maria.

Imediatamente antes da internação do Léo, no período em que ele esteve no hospital e após sua morte, houve uma intensificação impressionante dessa doce Presença Materna muitas consolações.

Preciso registrar esses dados, isso é importantíssimo para mim. Tenho que me lembrar sempre, agradecer, com estupefação, e mesmo uma certa expectativa... de quê, não sei.

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Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a Vós.

Jesus, Maria, José, meu coração vosso é.

Santo Anjo do Senhor, meu zeloso guardador, se a ti me confiou a piedade divina, sempre me rege, me guarda, me governa, me ilumina. Amém.

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Links relacionados:

Corações ao alto

No coração de BH

Consagração a Nossa Senhora



segunda-feira, agosto 18, 2025

No coração de BH

 

Por acaso, para as pedras, tenho uma foto de um passeio com revestimento em "pedra portuguesa", em BH, lá perto da casa dos meus pais. Foi em 28 de fevereiro de 2013, eu tinha ido visitar minha mãe (), que estava doente.

Nas minhas caminhadas, passei por aí. Este passeio era onde existia uma agência da Minas Caixa — ou Caixa Econômica Federal? Não me lembro mais. Na Rua Aimorés, quase esquina com Grão-Pará e Getúlio Vargas. Se eu disser que é quase na Praça Esperanto, ninguém, hoje em dia, vai saber.

A praça é na confluência de Avenida do Contorno, com Avenida Getúlio Vargas, com Rua do Ouro, com Rua Aimorés, com Grão-Pará, com Pouso Alto... sim, quase todos os caminhos passam ali.

Tinha a Padaria São José, a Eureka, a Villa Rizza, a "casa da aranha"; tinha o Juiz Moacir Pimenta Brant e sua família, o Professor Antônio Augusto de Mello Cançado e sua esposa, Dona Glória, tão bonita e simpática.

Mas não sei se a praça ainda é praça, nem se ainda tem esse nome. Mas a esperança nos jovens continua.

Lembrando das palavras do Papa João Paulo II quando esteve em Belo Horizonte:

"Eis aqui um Belo Horizonte, um Belo Horizonte do futuro".

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Links relacionados:

Homilia do Papa São João Paulo II em BH, em áudio

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P.S.: O coração da foto foi o primeiro que me "apareceu". Tenho muito que agradecer.

"Jesus, Maria, José, meu coração vosso é."

"Santo Anjo do Senhor, meu zeloso guardador, se a ti me confiou a Piedade divina, sempre me rege, me guarda, me protege, me ilumina. Amém."


sexta-feira, agosto 01, 2025

Honnêteté... Courtoisie

 

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Português

J'ai lu une histoire à propos de quelqu'un ici, au Québec, qui a trouvé un portefeuille et l'a livré intact, avec tous les documents et l'argent qu'il contenait, à l'adresse qu'il a trouvée. Et il a été très félicité dans les commentaires, sur Facebook, pour son honnêteté.

Je me suis souvenue de ce qui est arrivé à Léo à Belo Horizonte (BH). C'était en 1998, je ne sais pas si cela arriverait aujourd'hui.

Léo et moi étions en train de faire du shopping à BH, nous sommes allés à plusieurs endroits. En arrivant à la maison, il a constaté que son passeport n'était pas dans son sac banane. Nous sommes retournés à tous les endroits où nous étions allés et c'est seulement dans le dernier, qui était le premier où on avait été, dans l'ancien « Central Shopping », que nous l'avons trouvé... ou plutôt, nous avons été trouvés.

Ce qui a dû se passer, c'est qu'à un moment donné, alors qu'il remettait son passeport dans son sac, il l'a coincé entre le sac banane et son corps, pensant qu'il le mettait à l'intérieur. Et, quand il est sorti de la voiture, dans le stationnement, le passeport est tombé. Parce qu'on nous a informé qu'il avait été retrouvé dans le stationnement.

Mais la partie drôle de l'histoire vient ensuite... :-)

Déjà découragés de retrouver le document, et déjà prêts à prévenir le Consulat canadien, nous sommes arrivés au centre commercial et avons fouillé le stationnement... rien. Nous avons décidé de parcourir tous les magasins que nous avions visités. Dans le premier, dès l'entrée, une des vendeuses a demandé à Léo si c'était lui qui avait perdu son passeport. Oh, quelle joie ! Quelqu'un l'avait trouvé dans le stationnement et l'avait apporté à l'Administration du centre commercial. Et l'Administration s'est chargée de prévenir tous les magasins, probablement avec sa photo... :-)

Après avoir récupéré le document auprès de l'Administration, nous avons décidé de magasiner encore. À chaque magasin où l'on arrivait, Léo était immédiatement reconnu - et sa belle moustache aussi, probablement... :-)... — C'est vous qui avez perdu le passeport ?

Il va sans dire que nous étions ravis de la bienveillance du centre commercial ! Et Léo était enchanté - un peu trop - du fait que les jeunes vendeuses venaient lui parler. :-)))



quinta-feira, julho 31, 2025

Honestidade... Amenidades

 

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Acabei de ler um relato sobre alguém, aqui no Québec, que achou uma carteira e entregou-a intacta, com todos os documentos e dinheiro que havia nela, no endereço que encontrou. E foi muito elogiado nos comentários do Facebook, pela honestidade.

Lembrei-me do que aconteceu com o Léo em BH. Foi em 1998, não sei se aconteceria hoje.

Léo e eu estávamos fazendo compras em BH, fomos em vários lugares. Chegando em casa, ele viu que seu passaporte não estava dentro de seu cinto-pochete. Voltamos em todos os lugares por onde tínhamos passado e só no último, que foi o primeiro onde fomos, no antigo "Central Shopping", o encontramos... ou melhor, fomos encontrados.

O que deve ter acontecido é que, em algum momento, ao recolocar o passaporte na pochete, ele o encaixou entre a pochete e o corpo, pensando que estava pondo do lado de dentro. E, ao sair do carro, no estacionamento, o passaporte caiu. Porque fomos informados de que tinha sido achado no estacionamento.

Mas o engraçado da história vem a seguir... :-)

Já desanimados de achar o documento, já nos preparando para avisar ao Consulado do Canadá, chegamos ao shopping e vasculhamos o estacionamento... nada. Resolvemos passar por todas as lojas em que tínhamos ido. Na primeira, logo ao entrar, uma das vendedoras perguntou ao Léo se era ele que tinha perdido o passaporte. Ai que alegria! Alguém tinha achado no estacionamento e levado para a Administração do shopping. E a Administração se encarregou de avisar a todas as lojas, provavelmente, com a foto dele... :-)

Depois que recuperamos o documento na Administração, resolvemos dar mais uma volta pelas lojas. Em cada loja que entrávamos, Léo era identificado de cara - e de bigode provavelmente... :-)... — Foi o senhor que perdeu o passaporte?

Não preciso dizer que ficamos encantados com a competência do shopping! E o Léo "enchanté... un peu trop" com o "assédio" das moçoilas vendedoras... :-)))




quinta-feira, julho 24, 2025

Rezar

 

Saint-Valérien-de-Milton

Muita gente se incomoda e questiona a validade das orações repetitivas. Penso que precisamos, sim, repetir as orações, para sempre manter o coração aberto à comunicação com Deus.

Rezar repetidamente, concentrados nas palavras das orações, nos permite manter o foco na fé e desviar de tantas distrações passageiras do mundo que nos distanciam da busca à santidade. As tentações são muitas e não vêm somente de fora de nós mesmos; podem vir de dentro, dos nossos próprios pensamentos e sentimentos. Em ambas as situações, as orações nos fazem voltar ao que é mais salutar para a alma e também para o corpo.

Estamos vivendo num mundo muito decadente. Aliás, o nosso mundo é decaído, mas não sei se piorou ou se, com a idade, estou com um maior cabedal de conhecimento e experiência, analisando melhor o que acontece.

Nosso planeta me lembra a velha "placa de Petri", com a qual aprendíamos a fazer culturas de bactérias e fungos, para testar antimicrobianos, nos meus tempos de estudante de Medicina. O mal prolifera por todo lado, em todos os âmbitos. Até mesmo dentro da Igreja, onde deveria haver um ambiente "asséptico", onde não proliferassem os vícios do mundo. A oração é um "antídoto" poderoso.

Rezar, rezar, rezar... As orações repetitivas são óculos para a miopia da alma. Assim como, quando olhamos para a arquitetura de uma construção, podemos não perceber todos os detalhes, num primeiro momento, e precisamos olhar de novo, muitas vezes, o que não compreendemos da primeira vez que rezamos, vai-se tornando mais claro, quando repetimos as orações. É um treino pelo qual nós vamos nos inteirando e nos aproximando do sobrenatural que está contido naquelas palavras. É uma forma de abrir nosso coração ao que sempre É, de ter um "avant-goût" do Eterno.

Perseguições a cristãos têm ocorrido em muitos lugares do mundo, em verdadeiros massacres, que não são noticiados nos grandes jornais. E, mesmo em países ocidentais onde o Catolicismo foi dominante por um grande período da História, tem-se observado uma espécie de perseguição, pela instituição de leis laicistas que promovem a ridicularização da fé, por vezes, até mesmo sua criminalização. Muitas pessoas aderem ao abandono da religião, inconscientemente ou não, para serem aceitas, para terem o sentimento de pertença a comunidades pagãs, cada vez mais numerosas, mesmo no âmbito familiar. Vão rezando cada vez menos. Há um efeito em cadeia promovendo silêncio e distanciamento da Igreja.

Ao mesmo tempo, há relatos de conversões ao Catolicismo em todo o mundo, um fenômeno surpreendente, aparentemente paradoxal, também não noticiado nos grandes jornais.

Além disso, temos um novo Papa Leão XIV — que me faz lembrar de São João Paulo II. O Papa polonês foi instrumento/protagonista de um "Domingo de Ramos" apoteótico mundial, ao longo de 26 anos do seu pontificado. Leão XIV tem somente 2 meses e alguns dias como Papa, no momento em que escrevo este texto, mas já suscita aclamações de entusiasmo, esperança e confiança, demonstrando acolhimento e a viva preocupação de um Pastor em guiar seu rebanho ao bom "Caminho".

Na nossa precária condição humana, com nossas limitações, necessitamos, e muito, de pedir graças, incluindo a fé, que é um dom; não podemos tê-la sem pedir e aceitar. É preciso rezar, sim, sempre.

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Links relacionados:

Jesus quer orações repetitivas


sexta-feira, julho 11, 2025

Il faut toujours se méfier

 

Português

Jusqu’au milieu du XXe siècle, dans les années 1950, le système téléphonique était encore très précaire, bien qu’il ait représenté un grand développement dans les communications. Dans les régions rurales du Canada et des États-Unis, il y avait des lignes partagées (party lines, shared service line).

Lorsqu'un téléphone sonnait dans la maison de quelqu'un, ceux qui partageaient la ligne entendaient un signal et savaient que ce n'était pas pour leur maison. Mais il y avait des curieux qui mettaient l'appareil à l'oreille pour écouter la conversation ; le système ne garantissait pas la confidentialité, même si un « clic » pouvait être entendu lorsque la personne curieuse décrochait l’appareil, risquant ainsi d’être réprimandée. J'ai entendu de nombreuses anecdotes de cette époque lors de réunions de famille ici.

Au Brésil, dans les années 1960, les lignes téléphoniques étaient offertes comme individuelles, à Belo Horizonte. Les connexions n'étaient pas censées être partagées avec d'autres maisons. Cependant, il arrivait assez fréquemment que nous entendions de petits bruits dans l'appareil et, lorsque nous le prenions pour vérifier, il y avait des gens qui parlaient sur une autre ligne. Bien sûr, les bonnes manières nous dictaient de raccrocher immédiatement le téléphone, pour ne pas entendre les conversations des autres, et parfois même nous leur parlions : « – Hé, on peut entendre votre conversation. » Parfois, lorsque nous étions en communication, nous entendions un clic, donnant l’impression que quelqu’un d’autre nous avait rejoints pour écouter. Il y avait toujours des curieux.

Étant plus âgée, et ayant donc connu plus d'échecs dans la communication naissante par téléphone, ma mère nous avertissait, en disant doucement, pour que la personne de l'autre côté ne l'entende pas : – « Attention aux lignes croisées » – tout en faisant un geste des deux mains, en croisant les doigts, chaque fois qu'elle pensait que nous disions quelque chose d'inapproprié ou de compromettant.

Puis la technologie s’est améliorée et les téléphones ne pouvaient être mis sur écoute que par les autorités habilitées à le faire. Mais ma mère a continué à donner des avertissements, même après que nous trouvions que le téléphone était plus fiable : – « Nunca fiando! » C'est-à-dire « il faut toujours se méfier! » C'était une autre expression qu’elle utilisait, pour plusieurs circonstances.

De nos jours, malgré l’énorme évolution de la technologie, tout peut échapper à la confidentialité, pas toujours par un mandat de justice, et encore moins pour des raisons nobles.

Ça me fait rire tout en étant fière de conclure qu'il est très difficile de contester quoi que ce soit de ce que ma mère disait... Elle avait raison de dire qu'on ne pouvait faire confiance à rien.

Pour ces raisons et d’autres, nous devons garder à l’esprit que si nous ne pouvons pas dire quelque chose au microphone pour que tout le monde l’entende, il vaut mieux ne pas le dire du tout. Bientôt, ils trouveront un moyen de lire nos pensées... et il semble qu'ils étudient déjà cette possibilité.

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Liens connexes :

Lignes partagées

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