Saint-Valérien-de-Milton |
Muita gente se incomoda e questiona a validade das orações repetitivas. Penso que precisamos, sim, repetir as orações, para sempre manter o coração aberto à comunicação com Deus.
Rezar repetidamente, concentrados nas palavras das orações, nos permite manter o foco na fé e desviar de tantas distrações passageiras do mundo que nos distanciam da busca à santidade. As tentações são muitas e não vêm somente de fora de nós mesmos; podem vir de dentro, dos nossos próprios pensamentos e sentimentos. Em ambas as situações, as orações nos fazem voltar ao que é mais salutar para a alma e também para o corpo.
Estamos vivendo num mundo muito decadente. Aliás, o nosso mundo é decaído, mas não sei se piorou ou se, com a idade, estou com um maior cabedal de conhecimento e experiência, analisando melhor o que acontece.
Nosso planeta me lembra a velha "placa de Petri", com a qual aprendíamos a fazer culturas de bactérias e fungos, para testar antimicrobianos, nos meus tempos de estudante de Medicina. O mal prolifera por todo lado, em todos os âmbitos. Até mesmo dentro da Igreja, onde deveria haver um ambiente "asséptico", onde não proliferassem os vícios do mundo. A oração é um "antídoto" poderoso.
Rezar, rezar, rezar... As orações repetitivas são óculos para a miopia da alma. Assim como, quando olhamos para a arquitetura de uma construção, podemos não perceber todos os detalhes, num primeiro momento, e precisamos olhar de novo, muitas vezes, o que não compreendemos da primeira vez que rezamos, vai-se tornando mais claro, quando repetimos as orações. É um treino pelo qual nós vamos nos inteirando e nos aproximando do sobrenatural que está contido naquelas palavras. É uma forma de abrir nosso coração ao que sempre É, de ter um "avant-goût" do Eterno.
Perseguições a cristãos têm ocorrido em muitos lugares do mundo, em verdadeiros massacres, que não são noticiados nos grandes jornais. E, mesmo em países ocidentais onde o Catolicismo foi dominante por um grande período da História, tem-se observado uma espécie de perseguição, pela instituição de leis laicistas que promovem a ridicularização da fé, por vezes, até mesmo sua criminalização. Muitas pessoas aderem ao abandono da religião, inconscientemente ou não, para serem aceitas, para terem o sentimento de pertença a comunidades pagãs, cada vez mais numerosas, mesmo no âmbito familiar. Vão rezando cada vez menos. Há um efeito em cadeia promovendo silêncio e distanciamento da Igreja.
Ao mesmo tempo, há relatos de conversões ao Catolicismo em todo o mundo, um fenômeno surpreendente, aparentemente paradoxal, também não noticiado nos grandes jornais.
Além disso, temos um novo Papa — Leão XIV — que me faz lembrar de São João Paulo II. O Papa polonês foi instrumento/protagonista de um "Domingo de Ramos" apoteótico mundial, ao longo de 26 anos do seu pontificado. Leão XIV tem somente 2 meses e alguns dias como Papa, no momento em que escrevo este texto, mas já suscita aclamações de entusiasmo, esperança e confiança, demonstrando acolhimento e a viva preocupação de um Pastor em guiar seu rebanho ao bom "Caminho".
Na nossa precária condição humana, com nossas limitações, necessitamos, e muito, de pedir graças, incluindo a fé, que é um dom; não podemos tê-la sem pedir e aceitar. É preciso rezar, sim, sempre.
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