quinta-feira, maio 05, 2022

Sacristine

 

Toca o telefone, o chamado vem do Presbytère Saint-Joseph. A secretária me pergunta se posso ir ajudar como sacristine, no fim de semana, pois estão sem pessoal para o serviço de funeral que vai haver.

Meu Deus, eu nem sabia que sacristain tinha feminino - sacristine. Eu estou mais para Sá Cristine, ou melhor, Sá Maria. Não conheço nada de sacristia. Todas aquelas pecinhas e paninhos têm nomes diferentes, nem em português eu sei! Se o padre me pede para buscar alguma coisa e eu venho com outra... Para falar a verdade, não conheço nada dessa nomenclatura.

É verdade que deixei meu nome como voluntária para alguns serviços durante a missa de domingo, mas são atividades bem específicas. Já ajudei na acolhida, entregando os livretos aos fiéis, já operei a filmadora instalada lá na frente, já até dei comunhão.

As madames que organizam isso tudo estão exagerando. Elas mal me conhecem. Sabem elas se eu sou uma pessoa realmente crente e fervorosa, à altura para funções tão nobres, como dar comunhão, por exemplo? E mais essa agora de ser sacristine?

Sá Maria reza muito, pensa até que tem respostas lá do Alto, direto ao seu coração, mas daí a virar beata de altar? Digo no bom sentido, não estou à altura. Mesmo porque me falta conhecimento técnico.

Estava tranquila, quieta no meu canto... veio essa intimação. Nisso que dá, tanto pedi a meu Anjo da Guarda, a Jesus, Maria e José para me ajudarem a encontrar algo útil para servir ao Reino de Deus... Pronto, agora fiquei me sentindo culpada, ingrata, no mínimo. Peço ajuda, ela vem e eu recuso. Ai ai...

Vou ter que ir conversar pessoalmente com a organizadora dos trabalhos da Paróquia. Se não tiver ninguém mais para esse serviço, posso tentar, mas preciso de um curso.


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