domingo, fevereiro 10, 2019

Reminiscências


No dia 11 de fevereiro, dia de Nossa Senhora de Lourdes, comemoramos também o aniversário de casamento de meus pais, em 1947. Também no mês de fevereiro meu pai nasceu (dia 23) e morreu (dia 15).
Lembrei-me de um texto (segue abaixo) do primo Leonardo Vieira Péret [1], falando sobre meu pai, em época anterior ao meu nascimento e quando eu ainda era muito pequena – um texto que me emocionou muito e que guardei nos meus arquivos mais preciosos. Hoje, o relato dele vem a calhar, pois menciona os tempos de noivado dos meus pais e até mesmo o casamento deles.
A bem da verdade, não tive convivência praticamente nenhuma com este primo, só o vi pouquíssimas vezes na casa de Vovó Chiquinha, em ocasiões festivas. Meus irmãos mais velhos o conheceram melhor. As contingências da vida o distanciaram do convívio com meus pais e conosco. Ele fala sobre isso no texto. Por um breve período, em 2004, nos comunicamos através da internet, em um fórum que eu havia criado, bem antes de se falar em Facebook. Foi um intercâmbio familiar ótimo, com vários participantes. Boa hora em que tive aquela ideia, usufruo dos bons frutos até hoje.
Coincidentemente, o aniversário de nascimento do Leonardo também é em fevereiro, no dia 26. Vamos celebrar também!
Segue o texto do primo:
Pave'esheeva
DUCA
Vão aqui algumas reminiscências.
Década de 40: ainda criança, às vezes tio Yvon e tia Esther (ainda noivos) passavam em nossa casa na Marechal Deodoro de automóvel (um HUDSON modelo 42 que era um senhor automóvel) e convidava os quatro (Thereza, Francisca, João Baptista e eu) para dar uma volta. A CATH ainda não tinha nascido. Como era o menor, ia na frente, no colo de tia Esther. Nessa ocasião ganhei de presente de aniversário um conjunto para fazer bolas de sabão (que alegria!). Depois disto veio o casamento. Para nós meninos um festão. Tio Yvon e Tio Geraldo eram os que cuidavam de nossa saúde.
Década de 50: Naquela ocasião eu gostava muito de astronomia e de astrofísica e por muitas vezes fui à Rio Doce para compartilhar com os grandes conhecimentos, na mesma área, do tio Yvon. A casa tinha somente a laje, para a qual nós subíamos à noite para apreciar as estrelas. Por muitas vezes observamos as constelações do Escorpião, Sagitário e Capricórnio bem como o movimento dos planetas. O tio Yvon me emprestou vários livros que possuía sobre astrofísica, cosmogonia e teoria da relatividade. É uma fase de minha vida que não esqueço. Em muitos sábados, à tardinha, me dirigia para a Rio Doce e ele lá estava me esperando. Onde a gente se encontrava (na Paraúna, na Lavras ou mesmo na rua) sempre sobrava assunto.
A partir de 60 entrei para a faculdade de medicina o que muito me absorveu e em 68, após terminar a residência, vim para Barbacena. Tio Yvon e tia Esther estiveram aqui nos visitando por ocasião do nascimento do Frederico pois tinham vindo visitar os Bias Fortes devido ter falecido o Simão (os dois fatos ocorreram no mesmo dia). Depois contarei alguns fatos pitorescos. Também contarei a passagem do respeitável Domiciano por Barbacena. É uma história interessante pouco conhecida pela família. 
Abraços Mantsi
Leonardo
(nanoshe'hame)
04/04/2004
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Comentário de meu irmão, Chico Lima:
Horas a fio conversando, à noite, sobre a laje da Rio Doce, com papai. Assunto era astronomia. Naquela época, BH era pequena, com céus noturnos muito visíveis. Eu acompanhava os dois e, como era muito menino ainda, tinha que ser puxado por um deles, do final da escada até a laje. Leonardo gostava de ir lá em casa e era muito querido do Yvon e da Esther. São tempos remotos.
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[1] Leonardo Vieira Péret nasceu em Belo Horizonte, em 26/2/1941, filho de José Amédée Péret e Lúcia Vieira Péret. Formou-se médico pela Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais (1965). Residência médica na Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte. Foi para Barbacena em 1968, onde exerceu a especialidade de Tocoginecologia. Foi professor de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina de Barbacena. Casou-se com Maria Efigênia Pires Péret, seus filhos são: Frederico e Leonardo, também médicos e Cristina, administradora de empresas. Faleceu em Belo Horizonte, em 24/01/2008.

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