Padre Oscar com as crianças da Paróquia de Santa Helena, após Coroação de Nossa Senhora (acervo pessoal da autora) |
Não se encontra quase nada
na web sobre aquela que sempre foi a minha Paróquia, enquanto vivi no Brasil.
Nem mesmo no site da Arquidiocese de Belo Horizonte há uma linha sequer sobre a
história dessa paróquia. O único dado histórico que consta é que foi criada em
1949 (http://arquivo.arquidiocesebh.org.br/catalogo/paroquia.php?id=182).
Sendo assim, vou eu mesma
contar o que sei.
Construção modesta e
discreta, a igrejinha de Santa Helena passa despercebida no meio de um
quarteirão residencial do Bairro dos Funcionários, na rua Maranhão, 875.
Inicialmente, era para ter sido construída no quarteirão formado pelo
entroncamento das avenidas Francisco Sales, Carandaí e Contorno, logo ali
perto, onde haveria mais espaço e visibilidade para uma igreja paroquial. Mas,
por razões que me fogem à memória, acabaram mantendo a construção provisória
definitivamente no local atual. Tenho certeza de que ouvi falar sobre essas
razões, mas eu era muito criança, por mais que me esforce não consigo me
lembrar.
O primeiro pároco foi o
Padre Clóvis, mas não o conheci. Quando nasci, em 1955, o pároco já era o Padre
Carlos Oscar Bitner, que me batizou e a meu irmão mais novo. Éramos seus “pedacinhos
do céu”, como ele sempre costumava chamar as criancinhas, com aquele sotaque
alemão. Apesar de toda a rigorosa disciplina germânica, ele sempre tinha um
sorriso para as crianças, principalmente na época das Coroações de Nossa
Senhora, em maio, muito apreciadas por ele. De longe, de pé lá ao fundo do altar,
ele observava a movimentação e a cantoria, os braços cruzados, e uma boa risada
de vez em quando. Mas nada de se envolver diretamente com a meninada. Para
isso, existia a temida Dona Mirtes, que se virava muito bem para manter a ordem
na igreja. E como mantinha!
A igreja era muito feia,
inacabada. Não tinha teto, a estrutura do telhado era visível, e as paredes mal
rebocadas, deixando visíveis também os tijolos. Mas funcionava, com todas as
atividades normais de uma paróquia, propiciando aos paroquianos o principal: os sacramentos, o
aprendizado da Palavra de Deus e o estímulo à fé, simplesmente... muito
simplesmente! Assim foi até fins da década de 1970, se não me engano.
Nessa época, creio que antes
ainda da morte do Padre Oscar, houve uma doação significativa por parte de
paroquianos ricos, que decidiram renovar a construção. Pela primeira vez,
então, a igreja tomou novos ares, bem acabada e até com mais segurança. É o
aspecto que mantém até hoje.
No início da década de 1980,
um novo pároco assumiu a Igreja de Santa Helena, o padre espanhol José Maria
Oribe Salazar, hoje também já falecido. Foi um vigário bastante ativo
liturgicamente, gostava de louvar a Deus com todos os rigores dos rituais da
igreja católica. Deu, assim, uma nova movimentação espiritual à paróquia, com a
ajuda de muitos paroquianos, entre tantos, as sempre presentes Leonídia e
Nadège, além das dedicadas irmãzinhas Discípulas de Jesus Eucarístico.
Esta foi minha última
vivência como paroquiana da Igreja de Santa Helena, antes de me mudar para o
Canadá.
Quem quiser contribuir com
mais dados históricos, esteja à vontade para usar os comentários. Não esqueçam
de se identificarem, por favor. Obrigada.
Olá Maria do Carmo! Muito legal seu relato, obrigada pelo registro. Sou arquiteta e estou fazendo um trabalho sobre a Paróquia, você teria mais fotos da Igreja? Tenho muito interesse! Abraço.
ResponderExcluirOlá, que bom que você está fazendo um trabalho sobre a Paróquia de Santa Helena. Parabéns! Infelizmente, não tenho outras fotos da igreja. Abraço.
ExcluirQue pena, mas tudo bem! Obrigada pelo retorno!
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