quinta-feira, julho 31, 2025

Honestidade... Amenidades

 

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Acabei de ler um relato sobre alguém, aqui no Québec, que achou uma carteira e entregou-a intacta, com todos os documentos e dinheiro que havia nela, no endereço que encontrou. E foi muito elogiado nos comentários do Facebook, pela honestidade.

Lembrei-me do que aconteceu com o Léo em BH. Foi em 1998, não sei se aconteceria hoje.

Léo e eu estávamos fazendo compras em BH, fomos em vários lugares. Chegando em casa, ele viu que seu passaporte não estava dentro de seu cinto-pochete. Voltamos em todos os lugares por onde tínhamos passado e só no último, que foi o primeiro onde fomos, no antigo "Central Shopping", o encontramos... ou melhor, fomos encontrados.

O que deve ter acontecido é que, em algum momento, ao recolocar o passaporte na pochete, ele o encaixou entre a pochete e o corpo, pensando que estava pondo do lado de dentro. E, ao sair do carro, no estacionamento, o passaporte caiu. Porque fomos informados de que tinha sido achado no estacionamento.

Mas o engraçado da história vem a seguir... :-)

Já desanimados de achar o documento, já nos preparando para avisar ao Consulado do Canadá, chegamos ao shopping e vasculhamos o estacionamento... nada. Resolvemos passar por todas as lojas em que tínhamos ido. Na primeira, logo ao entrar, uma das vendedoras perguntou ao Léo se era ele que tinha perdido o passaporte. Ai que alegria! Alguém tinha achado no estacionamento e levado para a Administração do shopping. E a Administração se encarregou de avisar a todas as lojas, provavelmente, com a foto dele... :-)

Depois que recuperamos o documento na Administração, resolvemos dar mais uma volta pelas lojas. Em cada loja que entrávamos, Léo era identificado de cara - e de bigode provavelmente... :-)... — Foi o senhor que perdeu o passaporte?

Não preciso dizer que ficamos encantados com a competência do shopping! E o Léo "enchanté... un peu trop" com o "assédio" das moçoilas vendedoras... :-)))




quinta-feira, julho 24, 2025

Rezar

 

Saint-Valérien-de-Milton

Muita gente se incomoda e questiona a validade das orações repetitivas. Penso que precisamos, sim, repetir as orações, para sempre manter o coração aberto à comunicação com Deus.

Rezar repetidamente, concentrados nas palavras das orações, nos permite manter o foco na fé e desviar de tantas distrações passageiras do mundo que nos distanciam da busca à santidade. As tentações são muitas e não vêm somente de fora de nós mesmos; podem vir de dentro, dos nossos próprios pensamentos e sentimentos. Em ambas as situações, as orações nos fazem voltar ao que é mais salutar para a alma e também para o corpo.

Estamos vivendo num mundo muito decadente. Aliás, o nosso mundo é decaído, mas não sei se piorou ou se, com a idade, estou com um maior cabedal de conhecimento e experiência, analisando melhor o que acontece.

Nosso planeta me lembra a velha "placa de Petri", com a qual aprendíamos a fazer culturas de bactérias e fungos, para testar antimicrobianos, nos meus tempos de estudante de Medicina. O mal prolifera por todo lado, em todos os âmbitos. Até mesmo dentro da Igreja, onde deveria haver um ambiente "asséptico", onde não proliferassem os vícios do mundo. A oração é um "antídoto" poderoso.

Rezar, rezar, rezar... As orações repetitivas são óculos para a miopia da alma. Assim como, quando olhamos para a arquitetura de uma construção, podemos não perceber todos os detalhes, num primeiro momento, e precisamos olhar de novo, muitas vezes, o que não compreendemos da primeira vez que rezamos, vai-se tornando mais claro, quando repetimos as orações. É um treino pelo qual nós vamos nos inteirando e nos aproximando do sobrenatural que está contido naquelas palavras. É uma forma de abrir nosso coração ao que sempre É, de ter um "avant-goût" do Eterno.

Perseguições a cristãos têm ocorrido em muitos lugares do mundo, em verdadeiros massacres, que não são noticiados nos grandes jornais. E, mesmo em países ocidentais onde o Catolicismo foi dominante por um grande período da História, tem-se observado uma espécie de perseguição, pela instituição de leis laicistas que promovem a ridicularização da fé, por vezes, até mesmo sua criminalização. Muitas pessoas aderem ao abandono da religião, inconscientemente ou não, para serem aceitas, para terem o sentimento de pertença a comunidades pagãs, cada vez mais numerosas, mesmo no âmbito familiar. Vão rezando cada vez menos. Há um efeito em cadeia promovendo silêncio e distanciamento da Igreja.

Ao mesmo tempo, há relatos de conversões ao Catolicismo em todo o mundo, um fenômeno surpreendente, aparentemente paradoxal, também não noticiado nos grandes jornais.

Além disso, temos um novo Papa Leão XIV — que me faz lembrar de São João Paulo II. O Papa polonês foi instrumento/protagonista de um "Domingo de Ramos" apoteótico mundial, ao longo de 26 anos do seu pontificado. Leão XIV tem somente 2 meses e alguns dias como Papa, no momento em que escrevo este texto, mas já suscita aclamações de entusiasmo, esperança e confiança, demonstrando acolhimento e a viva preocupação de um Pastor em guiar seu rebanho ao bom "Caminho".

Na nossa precária condição humana, com nossas limitações, necessitamos, e muito, de pedir graças, incluindo a fé, que é um dom; não podemos tê-la sem pedir e aceitar. É preciso rezar, sim, sempre.

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Links relacionados:

Jesus quer orações repetitivas


sexta-feira, julho 11, 2025

Il faut toujours se méfier

 

Português

Jusqu’au milieu du XXe siècle, dans les années 1950, le système téléphonique était encore très précaire, bien qu’il ait représenté un grand développement dans les communications. Dans les régions rurales du Canada et des États-Unis, il y avait des lignes partagées (party lines, shared service line).

Lorsqu'un téléphone sonnait dans la maison de quelqu'un, ceux qui partageaient la ligne entendaient un signal et savaient que ce n'était pas pour leur maison. Mais il y avait des curieux qui mettaient l'appareil à l'oreille pour écouter la conversation ; le système ne garantissait pas la confidentialité, même si un « clic » pouvait être entendu lorsque la personne curieuse décrochait l’appareil, risquant ainsi d’être réprimandée. J'ai entendu de nombreuses anecdotes de cette époque lors de réunions de famille ici.

Au Brésil, dans les années 1960, les lignes téléphoniques étaient offertes comme individuelles, à Belo Horizonte. Les connexions n'étaient pas censées être partagées avec d'autres maisons. Cependant, il arrivait assez fréquemment que nous entendions de petits bruits dans l'appareil et, lorsque nous le prenions pour vérifier, il y avait des gens qui parlaient sur une autre ligne. Bien sûr, les bonnes manières nous dictaient de raccrocher immédiatement le téléphone, pour ne pas entendre les conversations des autres, et parfois même nous leur parlions : « – Hé, on peut entendre votre conversation. » Parfois, lorsque nous étions en communication, nous entendions un clic, donnant l’impression que quelqu’un d’autre nous avait rejoints pour écouter. Il y avait toujours des curieux.

Étant plus âgée, et ayant donc connu plus d'échecs dans la communication naissante par téléphone, ma mère nous avertissait, en disant doucement, pour que la personne de l'autre côté ne l'entende pas : – « Attention aux lignes croisées » – tout en faisant un geste des deux mains, en croisant les doigts, chaque fois qu'elle pensait que nous disions quelque chose d'inapproprié ou de compromettant.

Puis la technologie s’est améliorée et les téléphones ne pouvaient être mis sur écoute que par les autorités habilitées à le faire. Mais ma mère a continué à donner des avertissements, même après que nous trouvions que le téléphone était plus fiable : – « Nunca fiando! » C'est-à-dire « il faut toujours se méfier! » C'était une autre expression qu’elle utilisait, pour plusieurs circonstances.

De nos jours, malgré l’énorme évolution de la technologie, tout peut échapper à la confidentialité, pas toujours par un mandat de justice, et encore moins pour des raisons nobles.

Ça me fait rire tout en étant fière de conclure qu'il est très difficile de contester quoi que ce soit de ce que ma mère disait... Elle avait raison de dire qu'on ne pouvait faire confiance à rien.

Pour ces raisons et d’autres, nous devons garder à l’esprit que si nous ne pouvons pas dire quelque chose au microphone pour que tout le monde l’entende, il vaut mieux ne pas le dire du tout. Bientôt, ils trouveront un moyen de lire nos pensées... et il semble qu'ils étudient déjà cette possibilité.

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Liens connexes :

Lignes partagées

Party line


sexta-feira, julho 04, 2025

La Voile au Lac Champlain

 

17 août 1999

J'ai pris cette photo pendant une tempête, mon Capitaine en action, lorsque l'on faisait de la voile au Lac Champlain. Je me trouvais dans la partie du voilier où il y a la cuisine, la salle à manger, les chambres et la salle de bain. C'est à un niveau plus bas, il faut descendre un petit escalier pour y accéder, je ne sais pas comment s'appelle cet espace.

Je m'y sentais plus en sécurité, car en haut j'avais peur de tomber à l'eau. Le bateau s'inclinait d'un côté puis de l'autre, je voyais la surface de l'eau presque comme si elle était verticale. J'étais terrifiée et c'est pour ça que je me suis réfugiée en bas. :-)

Nous étions avec un couple ami, dont le gars était aussi passionné que Léo par la voile. Les deux étaient en haut, très occupés pour nous garder tous en vie. Les deux femmes en bas, mon amie avait le mal de mer, la pauvre. Puis elle s'est allongée et s'est endormie.

Les gars aimaient leur aventure, ils étaient fiers de leurs manœuvres. Et tout a bien fini. Je me souviens que Léo avait trouvé cette tempête faible, que ce n'était rien. Il avait déjà traversé de terribles tempêtes en mer. Il aimait faire de la voile en mer, c'était sa passion. 

Une chose qui m'a marqué dans ses histoires de voile est comment il m'a décrit l’immensité noire de la nuit en haute mer, éclairée par les étoiles. Et comment il s'est ému, un jour quand il m'a montré l'étoile Polaris, celle qui est visible seulement à l’Hémisphère Nord. Dans mon imagination un peu romantique, disons, j'ai pensé que quand il la voyait au ciel, il pouvait s'orienter, ne pas s'écarter, pour retourner à la maison, même sans les instruments.

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La voile

Par les yeux d'El Capitan,

je vois la mer, les étoiles,

dans le noir vaste.

Bercée pour un moment,

je rêve à la voile,

dans le silence chaste.