domingo, fevereiro 11, 2024

Gato xadrez

 

Français

English

"Era uma vez um gato xadrez. Quer que eu conte outra vez?"

Quando o inverno se aproximava, havia à venda, por aqui, um conjunto de cama de excelente qualidade. Quando a gente ia se deitar, não tinha aquela sensação de lençol frio e úmido. Parecia já estar quentinho. Não sei de que material era. Os que eu tinha já estavam muito velhos, já me desfiz deles.

Comprei outro. Daquelas marcas antigas, não consegui encontrar. Procurei por ceca e meca, em vão. Cheguei a ir à loja onde costumava comprar, na cidade onde morava. Só há modelos de moletom impressos! Sim, a tal tecnologia de imprimir em três dimensões.

Desse novo tipo, havia poucas opções de estampas e motivos. Acabei escolhendo um cujo lençol é vermelho, o virol xadrez vermelho e preto e a fronha vermelha. Pensei, cá comigo, vai alegrar, dar cor ao inverno. Se arrependimento matasse... :-)

Desde o primeiro dia, começaram a aparecer, em todos os recantos do apartamento, e não só nos recantos, bolotinhas e fiapos vermelhos e pretos, semelhantes àqueles que se formam em alguns tecidos. Estes elementos estavam atacando, sem dó, grudando em minhas pantufas, meias e outras peças do vestuário. Não conseguia manter o chão limpo, eles pareciam se proliferar. Estavam por todo lado.

Não venta dentro do apartamento, fica tudo hermeticamente fechado durante o inverno. Não são seres vivos que se reproduzem... Espero que não! :-) Não tenho gato xadrez. Então, era eu mesma que os transportava aqui e ali. Se alguém tem dúvida de que somos veículos de disseminação de micróbios, eis aí a prova desagradavelmente macroscópica! :-)

Pensei, o conjunto deve estar se desfazendo em pedaços. Verifiquei, não havia sinal nenhum de perda de tecido. Um mistério... hahaha.

O que vou fazer? Já fiz. Joguei fora! No próximo inverno... Quer que eu conte outra vez? Não, desse gato xadrez, nunca mais.


Nenhum comentário:

Postar um comentário