"Família
que briga por politica briga por toalha molhada e janela
aberta.
Aqui em casa é uma diversidade bendita,
amor e desacordo."
-José
Eduardo
Eis
aí, em epígrafe, uma simples postagem de rede social, do primo José Eduardo,
condensando princípios básicos de ética e cidadania, respeito e
tolerância - tudo o que o Brasil está precisando tanto! E dito,
assim, de improviso, tão poeticamente!
A
polarização política extrema a que se chegou no Brasil, com falta
de respeito e de tolerância em ambos os pólos, está uma coisa
calamitosa. Trocam-se discursos irados com acusações e ambos os lados não percebem
que eles próprios estão cheios de ódio uns pelos outros - cada um acha que o outro é que está. Graças a Deus não são
todos que estão nesse fanatismo, mas grande parte da população
está se deixando levar por essa onda insana.
Todos
querem o bem do país, não tenho a menor dúvida. Todos acham que
estão na melhor via, em busca da liberdade, da paz... e tome
"textão"! Enfim, todos acham que estão certos e que o
outro lado vai destruir a nação, aumentar a pobreza, etc.
Coisa
triste, os dois lados têm gente que fabrica as famigeradas "fake
news". Já recebi várias de ambos. Antes, eu verificava tudo e
descobria que eram mentirosas. Atualmente, nem abro esses arquivos
duvidosos mais. Cansei de "extrair a raiz quadrada" -
expressão que minha mãe usava para dizer que eu esmiuçava tudo.
Tenho
familiares muito queridos que pensam diferente de mim. Mantive-me
bastante discreta com estes, só falei sobre o assunto com quem eu
sabia que estava do mesmo lado que eu. Não me sinto no direito de
criticar ou tentar forçar mudança de pensamento de ninguém. Só
quando era interpelada que me manifestava, mostrando minha opinião.
Também
não quis nem estava em condições de me envolver em polêmicas, que
fosse para ajudar, pois estava e estou, ainda, num processo de luto
muito doloroso, precisando mais mesmo é de receber ajuda - não
financeira, pois tenho o suficiente para sobreviver. Graças a Deus,
não faltou quem me acudisse na viuvez, que me aconteceu sem aviso
prévio, na pior fase da pandemia. Sempre tive - e tenho - gente
caridosa para conversar comigo ou, pelo menos, mandar mensagens
carinhosas. Guardo essas pessoas num lugar muito especial do meu
coração.
Agora,
ao final do processo eleitoral, não nego que fiquei triste porque o
candidato que escolhi perdeu. Mas não vou embarcar em sentimentos
negativos. Eu não perdi, pois fiz o que achei que era melhor para
todos - consciência em paz é uma vitória. Além do mais, rezei
muito para que o melhor acontecesse para o Brasil. Se o país tem que
passar por isso, que assim seja. Mas não seria pelo meu voto que a
nação seria lançada sob o domínio de uma ideologia que tira Deus
do coração do homem. Isso não.
Para
terminar, quero falar sobre o esforço que fiz para ficar contente
com a felicidade de entes queridos que escolheram o candidato que
ganhou a eleição, apesar de eu mesma não estar feliz. Amar meus
queridos, amo muito. Por isso, aproveitei essa experiência
espiritualmente enriquecedora, para tentar "crescer". É um
exercício mental hercúleo, mas humildemente gratificante. Uma vez
alcançado esse intento, fico mais capacitada para estender o
sentimento a todos os brasileiros.
Talvez
seja mais fácil para mim, que estou longe dos embates cara a cara.
Mas há quem consiga lá no Brasil mesmo, com mais naturalidade,
sensatez e poesia, como constatei com a postagem do primo José
Eduardo, em rede social, em itálico na epígrafe. Obrigada, primo,
pela lição. E parabéns!
Ontem,
quando comecei a escrever este texto, foi a Festa de Todos os Santos.
Que eles intercedam por nós, nos difíceis caminhos destas paragens.
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