Hoje, no dia de Nossa
Senhora do Perpétuo Socorro [1, 2], quero agradecer a ela, nossa mãe tão doce!
No verão de 2019, enviei um
e-mail para a coordenação das residências de idosos da nossa região, na
província de Québec, me colocando disponível como voluntária para ajudar, de
alguma forma, as pessoas institucionalizadas, isto é, pessoas idosas vivendo em
instituições de longa permanência. Em minha mensagem, pedi o número do telefone
do responsável por esses serviços, para que eu pudesse conversar, se minha ideia
fosse plausível.
Sendo eu mesma também idosa,
portanto sem muita resistência para serviços mais pesados, encontrei no site
web da instituição duas atividades na lista de possibilidades em que poderia ser útil, talvez: fazer
leituras para quem já não consegue enxergar muito bem ou visitas sociais, só
para conversar mesmo com os que não são muito visitados. Há casos em que há
dificuldade até para contactar familiares que, muitas vezes, mudaram de
endereço, de telefone, e nem avisaram a ninguém.
Passaram-se dias, semanas,
meses... e nada. Ao final do outono, obtive uma resposta. Pedindo muitas
desculpas pela demora em responder, a coordenadora da região forneceu seu
telefone, para que eu pudesse conversar com ela, se ainda estivesse
interessada.
Na época, fiquei muito decepcionada.
Além da demora, que faz supor um certo descaso – com a minha pessoa ou para com
os idosos institucionalizados, não sei – estávamos já perto do inverno, já até
tínhamos tido um dia nevoso. Essa era uma das condições que eu queria negociar,
se possível, que não precisasse ir durante a temporada de neve, pois não gosto
de dirigir nesse período. Caso fosse gerar frustrações nos residentes, então,
abandonaria a ideia.
Afinal, acabei não prosseguindo
com a correspondência e tampouco telefonei para a funcionária. Pensei comigo
mesma que, quando passasse a temporada de estradas escorregadias e perigosas,
eu telefonaria e veríamos o que poderíamos combinar. Aí, veio a Covid-19.
O que foi decepção para mim
tornou-se alívio. Foi justamente nessas instituições que o vírus da pandemia
foi arrasador por aqui, ocasionando uma mortandade horrorosa, entre residentes e cuidadores. Se estivesse
frequentando um lugar desses, poderia ter contraído a doença antes mesmo de
saber o que estava acontecendo. Meu marido e eu somos idosos, portanto, do
grupo de risco. Eu teria trazido este risco para dentro de casa.
Rezo tanto para os nossos
anjos da guarda, que chego a pensar que eles nos protegeram. Além disso, no mesmo
período em que estava aguardando a resposta da instituição que cuida dos
velhos, eu estava numa fase intensa de orações a Nossa Senhora, a quem sou
consagrada, e de leituras sobre fé. Os desígnios de Deus são insondáveis.
Talvez, haja ainda alguma coisa reservada para nós e não fosse hora de morrer. Na
verdade, já é grande coisa cuidar de nós mesmos, para não darmos trabalho aos
outros.
Seja lá o que for, coloco nossos
limites e provações nas mãos da Virgem Maria, para o “capital de graças”. Rogai
por nós, santa Mãe de Deus, para que sejamos dignos da promessa de Cristo.
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