segunda-feira, janeiro 28, 2019

Barragens de rejeitos

Image by The Wall Street Journal

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Para quem, como eu, não entende do assunto, tento explicar rapidamente aqui, em termos mais inteligíveis, o que li e compreendi sobre barragens de rejeitos. Coloquei, ao final, links relacionados ao assunto, que suportam este texto.
A construção dessas barragens de rejeito de minério é feita de maneira diferente da construção das de cursos d'água. Eles vão subindo a parede de contenção do reservatório, aumentando assim sua capacidade, à medida que a exploração do minério vai-se processando. Esses "alteamentos" são feitos usando o próprio material de rejeito, condensado. Isto soa, para mim, alguma coisa extremamente primitiva em matéria de construção.
Essas barragens que romperam em Minas Gerais, pelo que andei lendo, tinham recebido licença dos órgãos responsáveis para "subirem" mais e mais, ampliando sua capacidade; duvida-se, porém, de que tivessem realmente "garantia" de que eram seguras. Além de todo o estrago ambiental, havia populações vivendo próximas dessas minas. Um absurdo! A ganância sempre leva a infortúnios!
Um caso similar aconteceu aqui no Canadá, em 2014, mas não houve perdas humanas, felizmente. A região afetada, no entanto, ficou contaminada pelos rejeitos, e não há previsão de quanto tempo poderá levar para uma recuperação completa, nem se isso acontecerá. Um dos lagos mais limpos do planeta ficou “sujo”, com restrições de uso.
O rompimento aconteceu na Colúmbia Britânica, na mina de Mount Polley. Houve uma falha catastrófica completa que todos disseram que não aconteceria. A mina voltou a funcionar em 2017 porque a economia da região precisava dela; a estrutura pôde ser fortalecida. Mas ela vai interromper suas operações novamente em 2019, por causa do declínio da situação econômica da companhia.
Por que as barragens de rejeitos de minério não são construídas como as barragens em cursos d'água? Pode ser ignorância minha, mas penso que está tudo errado.
Se a resposta é porque não sabem, de antemão, quanto de minério poderá ser explorado, portanto, as dimensões necessárias seriam imprevisíveis... Vejo um lado positivo em construir uma barragem com limites previamente estabelecidos, para limitar as explorações até um certo ponto, para importunar menos o ambiente natural.
Se não concordam em construir uma barragem que poderá se mostrar excessiva para uma mina que, finalmente, não daria tanta vazão, ou seja, que o custo/benefício possa não valer a pena, que construam, então, com o método tradicional, com "alteamentos" sucessivos, mas jamais perto de lugares habitados. Que horror!!! Se for perto de habitações, que seja uma construção mais sólida do que o recomendado atualmente!
É preciso mudar regulamentos e leis!
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4 comentários:

  1. Oi, tia Du! Vi seus e-mails e vim até aqui ler seu texto. Infelizmente no caso das hidrelétricas a barragem é o produto e nas minerações é o "lixo". E isso explica, mas não justifica, boa parte dos motivos das barragens possuírem formas construtivas mais baratas. No entanto, existem outras formas construtivas com o próprio rejeito que não seja o "alteamento por montante" (caso de Mariana e Brumadinho). Acho que essa forma construtiva já provou que está fadada ao fracasso.

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    1. O pior é que, mesmo se forem desativadas, ficarão para sempre onde foram construídas, requerendo monitoração contínua (é isso mesmo?), que eu tenho minhas dúvidas que seria feita. Ou seja, risco ad infinitum!

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