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Não nos intimidemos, pois toda
teoria, ideologia, filosofia, ia... ia... ia... dos humanos é elaborada e trata,
exclusivamente, do que está ao alcance de todos, com a matéria e a energia de
que dispomos na aparelhagem que forma nossos sentidos e que nos permite
processar, dentro da nossa cachola, os dados aos quais temos acesso. Sem
esquecer da intuição, esta matéria reconhecida mas desconhecida em toda a sua
complexidade, nos reservando o potencial daquilo que ainda se encontra no campo
da incognoscibilidade.
Se não temos embasamento à
altura para compreender, melhor não concordar nem discordar... e melhor ainda é
pesquisar sobre o tema, se quisermos tomar alguma posição.
Aulas de professores
brilhantes, explanações escritas de filosofias e teorias são, para alguns,
motivo de enlevo, levando ao risco de engajamento incondicional. Não é raro que
isso aconteça. Mas esses pensamentos organizados e alinhados de forma a tentar compreender
alguma coisa, ou com a finalidade de atingir algum objetivo, deveriam sempre
ser encarados com um certo grau de contestação.
É importante estudar o
legado dos filósofos e outros afins, sem dúvida. Além do aprendizado de como evoluiu e evolui
o pensamento humano, é um modo de exercitar e provocar nossos próprios
neurônios. Com o cabedal adquirido com essa aprendizagem, podemos alcançar
novas proposições.
Mas se aceitamos o que lemos
ou o que ouvimos como ponto fundamental e indiscutível, sem nos armarmos de uma
certa oposição, corremos o risco de ficar à mercê de influências que passam a
dominar nosso modo de pensar e compreender.
Pelo sim, pelo não, melhor
desconfiar.
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