segunda-feira, julho 18, 2016

Pelo sim, pelo não


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Não nos intimidemos, pois toda teoria, ideologia, filosofia, ia... ia... ia... dos humanos é elaborada e trata, exclusivamente, do que está ao alcance de todos, com a matéria e a energia de que dispomos na aparelhagem que forma nossos sentidos e que nos permite processar, dentro da nossa cachola, os dados aos quais temos acesso. Sem esquecer da intuição, esta matéria reconhecida mas desconhecida em toda a sua complexidade, nos reservando o potencial daquilo que ainda se encontra no campo da incognoscibilidade.

Se não temos embasamento à altura para compreender, melhor não concordar nem discordar... e melhor ainda é pesquisar sobre o tema, se quisermos tomar alguma posição.
Aulas de professores brilhantes, explanações escritas de filosofias e teorias são, para alguns, motivo de enlevo, levando ao risco de engajamento incondicional. Não é raro que isso aconteça. Mas esses pensamentos organizados e alinhados de forma a tentar compreender alguma coisa, ou com a finalidade de atingir algum objetivo, deveriam sempre ser encarados com um certo grau de contestação.
É importante estudar o legado dos filósofos e outros afins, sem dúvida. Além do aprendizado de como evoluiu e evolui o pensamento humano, é um modo de exercitar e provocar nossos próprios neurônios. Com o cabedal adquirido com essa aprendizagem, podemos alcançar novas proposições.
Mas se aceitamos o que lemos ou o que ouvimos como ponto fundamental e indiscutível, sem nos armarmos de uma certa oposição, corremos o risco de ficar à mercê de influências que passam a dominar nosso modo de pensar e compreender.
Pelo sim, pelo não, melhor desconfiar.

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