sábado, outubro 20, 2018

Esperando a primavera...


Cada lugar com seus problemas.
Estava conversando com meu marido sobre aqueles tempos em que não havia assistência médica pública oficial no Brasil (tempos da minha infância, como relatei no texto sobre meu pai atendendo os pobres – clique aqui para ler), e ele lembrou dos tempos antigos aqui no Canadá – até mesmo quando ele era criança – na zona rural não havia assistência médica nenhuma e, na estação fria (que aqui pode durar até 8 meses), atolados na neve e no gelo, pois não havia os recursos que há hoje para abrir os caminhos, as pessoas eram tratadas com remédios caseiros e, muitas vezes, morriam sem ver um médico.
Até para enterrar os mortos era complicado. O maquinário para cavar a terra congelada, dura como pedra, não existia. Assim, quando as pessoas morriam durante o inverno, não eram enterradas logo em seguida, seus corpos eram guardados em caixões num pequeno quarto externo (caveau ou charnier), não longe da igreja, aguardando a primavera. Os corpos ficavam congelados, devido às baixas temperaturas hibernais. Até hoje, ainda existe esta prática de aguardar a primavera para enterrar os mortos. Mas cada vez se torna mais frequente a opção pela incineração.
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(Tirei esta foto no Village Québécois d’Antan, tendo sido autorizada para publicá-la, quando a apresentei no fórum TrekEarth)
 


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