O Brasil foi considerado, no
início do século XXI, uma grande promessa como país emergente, junto com
outros em situação similar, que formaram o grupo BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China
e África do Sul). As previsões não se realizaram e, no que diz respeito ao “gigante
sul-americano”, o fiasco foi generalizado, em consequência da corrupção
sistêmica, institucionalizada pelos governos dos últimos 13 anos. Não sou supersticiosa,
mas o número 13 tem-nos dado bastante dor de cabeça.
Tampouco pessimista, estou
vislumbrando uma saída honrosa para o meu país de origem, do qual ainda
pretendo recuperar o orgulho, antes de morrer. Faço parte da
população brasileira que vem lutando contra a corrupção, contra quem a
institucionalizou e quem a está mantendo. Não estou de corpo
presente, mas de longe, votei, tenho escrito textos e
debatido assuntos que julgo pertinentes, com amigos e familiares, pelas redes sociais.
Ontem, 26 de março de 2017,
foi dia programado para grandes manifestações no Brasil, com várias reivindicações
em pauta, tendo por base, afinal, mais uma vez, o combate à corrupção, que ainda
é enorme. Pelo que vi, as demonstrações públicas não foram tão expressivas como
se imaginava. Talvez por ter visto, recentemente, o povo em massa nas ruas para
o Carnaval, a comparação foi inevitável, eu esperava que houvesse mais gente e
mais elã do que houve.
Em compensação, na Rússia,
minhas esperanças se reavivaram. Grandes manifestações contra a corrupção, na
mesma data, em várias cidades, surpreenderam o governo daquele país e me
fizeram pensar que, talvez, nem tudo esteja perdido. Tomara que a coisa se
espalhe pelo mundo inteiro. Tomara que ajude a dar força à Lava-jato no Brasil.
Triste é ver quanto
autoritarismo ainda existe, vários manifestantes pacíficos foram presos. A União
Europeia instou a Rússia a liberar os manifestantes detidos, denunciando que a
polícia reprimiu "o exercício de liberdades fundamentais de expressão,
associação e reunião pacífica - que são direitos fundamentais consagrados na Constituição
Russa". Washington ecoou o sentimento, com Mark Toner, porta-voz do
Departamento de Estado, descrevendo as prisões como uma "afronta aos
valores democráticos fundamentais" [1].
A História vai-se
escrevendo... Estou prevendo que o "mote" do século XXI será mesmo o
combate à corrupção no planeta. A coisa não é fácil, vai levar tempo. E os que
permanecerem praticando ou defendendo quem pratica serão os
"fascistas" (como gostam tanto de dizer) do século. Parece que a humanidade
está caminhando para isso.
Mesmo no fundo do poço,
sofrendo as consequências do processo de “venezuelização” a que foi submetido
na última década, sob o comando do PT, o partido mais corrupto de que se tem notícia, ainda resta uma chance de o Brasil se sair bem desta grave
situação. Se conseguir - e parece estar conseguindo - continuar punindo os criminosos que dominam o poder e instaurar leis
que inibam a corrupção e que, principalmente, sejam profiláticas para que o
vício não recidive, o país terá dado um passo digno dos dizeres da bandeira
nacional. Mesmo que isso não possa recuperar os sinais vitais do país a curto
prazo, poderá trazer benefícios enormes a médio e longo prazo, não só para os
brasileiros, mas para outros países que quiserem seguir suas ideias.
Estou pedindo demais? Creio
que não. Há muitos juristas brilhantes. Tenho certeza de que há cérebros no Brasil capazes de elaborar leis
dessa ordem e planejar um futuro melhor.
[1] http://www.dw.com/en/eu-urges-russia-to-free-detained-protesters/a-38138451
[1] http://www.dw.com/en/eu-urges-russia-to-free-detained-protesters/a-38138451
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