domingo, julho 16, 2017

OVNI

- Corre, vem ver! – insistia meu irmão caçula, sem desgarrar de uma janela do lado leste da casa, os olhos fixos no céu.
Não sei se foi no final da década de 1960 ou início dos anos 1970. Estávamos em casa somente meu irmão, minha irmã e eu. Já era noite, mas não muito tarde, céu limpo, escuro, sem outras interferências... talvez em torno das 20 horas?
Lá estava aquele... objeto luminoso se deslocando em direção ao Morro do Pau Comeu, em Belo Horizonte. Não dava a impressão de estar muito alto, mas devia estar, porque suas luzes não clarearam o morro quando passou sobre ele e foi desaparecendo, à medida que voava do outro lado. Do outro lado do morro fica Nova Lima. Imagino que muita gente deve ter avistado de lá também. Não fazia barulho algum e não parecia em nada com avião. Era um bloco de luzes que não desenhavam nenhuma forma específica. A melhor descrição que encontrei foi como se fosse uma imagem congelada (como uma foto) de fogos de artifício sem forma arredondada, se deslocando no céu.
Nossa irmã mais velha estava ocupada, lembro-me que nós a chamamos insistentemente, quem sabe ela teria uma ideia melhor do que era aquilo, mas ela não chegou a tempo de ver. No dia seguinte, o conhecido jornalista Jaime Gomide, apresentador do jornal da saudosa TV Itacolomi, noticiou que muitas pessoas e até a Aeronáutica haviam visto um objeto voador não identificado nos céus de BH, e pediam a outros que tivessem presenciado o estranho fenômeno que também dessem o seu testemunho.
Preferimos não nos manifestar, ficamos temerosos... Foi na época da ditadura, um tempo em que a gente tinha receio de tudo. Além do mais, havia a vergonha de passarmos por lunáticos... ou “ovniáticos”.
Esta semana, vi noticiário relatando a liberação de documentos e gravações confidenciais da Aeronáutica Brasileira que mostram relatos de pilotos de avião sobre o avistamento de OVNIs (http://noticias.band.uol.com.br/jornaldaband/videos/ultimos-videos/16266177/arquivos-brasileiros-sobre-ovnis-sao-liberados-ao-publico.html).

Mas parece que nunca se obteve explicação para esses objetos. Não é intrigante?



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