“Só o grito do miserável é
ouvido por Deus.”
Deparei-me com esta frase
num artigo do filósofo Luiz Felipe Pondé (link abaixo), provavelmente inspirada no Salmo 34:6 (33:7 em algumas versões), que brandiu não só o conteúdo
todo do texto, mas também o meu conteúdo, antes de desferir o golpe de fé, fenômeno que ele sequer menciona, mas que reflete um brilho colossal que irrompe
misericordioso aos olhos do leitor, talvez independente da vontade do autor,
não sei. Provavelmente, pois ele se diz ateu.
Todo o texto é muito bom, com
sua marca indelével, a de quebrar o gelo da profundidade do assunto, com uma
linguagem quase coloquial.
Sim, este texto me fala da
fé. Conseguir o insight da nossa miserabilidade conjugado à aceitação plena da
Misericórdia – compreende-se, pelo raciocínio. Difícil é sentir isso pelo
coração. Alcançar esta proeza em estado de percepção, visceralmente, é colocar-se
na frequência de onda, no canal por onde se chega a Deus. É o verdadeiro sentir-se
miserável, vazio, completamente despojado, com o coração aberto e entregue à Graça Divina.
Imagino que deva ser essa a
capacidade que os profetas e os santos têm, ou desenvolvem, de maneira mais
contínua, e que conseguem imprimir, mesmo que por instantes, nas pessoas
sensíveis que deles se "aproximam", operando prodígios.
Se acreditamos em Deus em
grandeza infinita e incalculável, não podemos avaliar (muito menos julgar) Sua
bondade e Seus sentimentos, baseados na nossa capacidade de sermos bons ou de
sentir. Deve ser outra coisa, muito diversa, tal a defasagem que nos separa...
e une.
O artigo do Pondé, na minha
opinião, deixa escapar, subliminarmente, a explicação do fenômeno da fé. Leiam,
o artigo dele é ótimo para refletir... lendo e relendo.
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