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Em 23 de agosto foi
aniversário do lançamento, em 1991, da primeira página web publicamente
disponível: https://www.tecmundo.com.br/internet/108756-parabens-world-wide-web-rede-completa-25-anos-terca-23.htm. Parecia bem simples, não dava ideia de quanto e quão
rapidamente se desenvolveria esta tecnologia. Muitas águas rolaram desde então,
mudando completamente os meios de comunicação entre os seres humanos.
Creio que posso dizer que
sou pioneira da internet. Em 1996, cinco anos depois da primeira página
publicada, começava a dar meus primeiros passos nesse mundo encantador... e
nunca mais o abandonei. Ainda havia pouca gente usando internet, no planeta. O
“boom” dos PC (personal computer) ainda não tinha estourado. Não havia os
“smartphones” e outros dispositivos que existem hoje. A internet só funcionava
mesmo nos computadores e, por mais potentes que fossem (longe do que são atualmente), as conexões eram
lentíssimas e caíam com muita frequência.
No início, o acesso à internet se
fazia por telefone fixo, a gente escutava o sinal da linha no computador, em
seguida o som daqueles telefones como se fossem com disco, fazendo a ligação.
Às vezes, não conseguíamos nos conectar ao provedor, dava sinal de ocupado. E
por falar em dar ocupado, lembro que comprei uma linha de telefone (fixo) só
para usar a internet, para deixar a outra linha livre se alguém quisesse
telefonar. Em seguida, a tecnologia evoluiu um pouco e o som que se ouvia do
computador se conectando com o provedor era assim: https://www.youtube.com/watch?v=xbZgSDT8J7I. E deixava o telefone livre, o que foi um grande
avanço.
Apesar da precariedade do
sistema no começo, em relação a hoje em dia, tenho boas recordações daquele
tempo. Era tudo novo, fascinante. Mas penso que não teria mais paciência,
acostumada com a alta velocidade atual. Páginas com imagens demoravam uma
imensidão para abrir. E, muitas vezes, o sistema todo fracassava, tínhamos que
desligar o computador e começar tudo de novo.
O navegador mais usado,
naquela época, chamava-se Netscape. Ele foi precursor de muitas funcionalidades
usadas ainda nos navegadores atuais, guardadas as devidas proporções, claro.
Mesmo depois que o Internet Explorer se tornou o queridinho de todos, eu ainda
continuei usando o Netscape, que era muito menos vulnerável a ataques
cibernéticos, entre outras coisas, justamente por ter ficado quase
completamente esquecido. Tão esquecido que, não muito tempo depois, no início
dos anos 2000, precisei de suporte técnico do meu provedor e um daqueles quase
robôs que nos atendiam ao telefone me perguntou: “O que é Netscape?”...
Imperdoável para um técnico em informática, não conhecer a evolução dos
sistemas. Para quem não sabe, o Netscape é precursor do Firefox, ambos Mozilla.
Uma coisa que me intriga são
os modismos do mundo conectado. De repente, todos se voltam para um novo
programa ou aplicativo e abandonam o que usavam antes. Havia, naquele tempo, um
“chat” (bate-papo) muito bem bolado, através do qual conheci meu marido.
Chamava-se “The Palace” (http://www.thepalace.com
). Era uma verdadeira mania, mas durou pouco, até que surgiu o ICQ, e para ele
migrou grande parte dos internautas. Mas o ‘palace’ era muito melhor! A gente
era representada por uma carinha, tipo “smiley face”, mas que parecia
tridimensional, e era chamada de avatar;
a gente a colocava onde clicava, ela podia-se deslocar em ambientes diferentes,
em vários países, passeando em parques, salões, bares, etc. Podíamos colocar
chapéus, óculos e muitos outros acessórios, que eram chamados de props. Quando
a gente pressionava a tecla “enter” para que aparecesse na tela o que tínhamos
digitado, o texto aparecia dentro de um balãozinho direcionado ao nosso avatar,
como nas histórias em quadrinhos. Havia opções de sons, com gargalhadas, beijos,
pequenos trechos de músicas... Era fantástico! Mas tudo passa, nunca mais ouvi ninguém falar
sobre esse programa.
É claro que a evolução da
tecnologia trouxe opções muito melhores. Atualmente, há várias possibilidades
de ver com quem a gente conversa pela internet, usando computadores, telefones,
tablets e sei lá mais quantos outros dispositivos. Quantas vezes, quando era
jovem, ouvi gente se perguntando, sem acreditar, se um dia veríamos a pessoa do
outro lado do telefone. Era quase uma anedota do impossível. Pois chegou o
tempo de tanta coisa se tornar possível.
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Link relacionado:
Reencarnação pela tecnologia
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