quarta-feira, agosto 24, 2016

Internet antigamente

www.thepalace.com
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Em 23 de agosto foi aniversário do lançamento, em 1991, da primeira página web publicamente disponível: https://www.tecmundo.com.br/internet/108756-parabens-world-wide-web-rede-completa-25-anos-terca-23.htm. Parecia bem simples, não dava ideia de quanto e quão rapidamente se desenvolveria esta tecnologia. Muitas águas rolaram desde então, mudando completamente os meios de comunicação entre os seres humanos.
Creio que posso dizer que sou pioneira da internet. Em 1996, cinco anos depois da primeira página publicada, começava a dar meus primeiros passos nesse mundo encantador... e nunca mais o abandonei. Ainda havia pouca gente usando internet, no planeta. O “boom” dos PC (personal computer) ainda não tinha estourado. Não havia os “smartphones” e outros dispositivos que existem hoje. A internet só funcionava mesmo nos computadores e, por mais potentes que fossem (longe do que são atualmente), as conexões eram lentíssimas e caíam com muita frequência.
No início, o acesso à internet se fazia por telefone fixo, a gente escutava o sinal da linha no computador, em seguida o som daqueles telefones como se fossem com disco, fazendo a ligação. Às vezes, não conseguíamos nos conectar ao provedor, dava sinal de ocupado. E por falar em dar ocupado, lembro que comprei uma linha de telefone (fixo) só para usar a internet, para deixar a outra linha livre se alguém quisesse telefonar. Em seguida, a tecnologia evoluiu um pouco e o som que se ouvia do computador se conectando com o provedor era assim: https://www.youtube.com/watch?v=xbZgSDT8J7I. E deixava o telefone livre, o que foi um grande avanço.
Apesar da precariedade do sistema no começo, em relação a hoje em dia, tenho boas recordações daquele tempo. Era tudo novo, fascinante. Mas penso que não teria mais paciência, acostumada com a alta velocidade atual. Páginas com imagens demoravam uma imensidão para abrir. E, muitas vezes, o sistema todo fracassava, tínhamos que desligar o computador e começar tudo de novo.
O navegador mais usado, naquela época, chamava-se Netscape. Ele foi precursor de muitas funcionalidades usadas ainda nos navegadores atuais, guardadas as devidas proporções, claro. Mesmo depois que o Internet Explorer se tornou o queridinho de todos, eu ainda continuei usando o Netscape, que era muito menos vulnerável a ataques cibernéticos, entre outras coisas, justamente por ter ficado quase completamente esquecido. Tão esquecido que, não muito tempo depois, no início dos anos 2000, precisei de suporte técnico do meu provedor e um daqueles quase robôs que nos atendiam ao telefone me perguntou: “O que é Netscape?”... Imperdoável para um técnico em informática, não conhecer a evolução dos sistemas. Para quem não sabe, o Netscape é precursor do Firefox, ambos Mozilla.
Uma coisa que me intriga são os modismos do mundo conectado. De repente, todos se voltam para um novo programa ou aplicativo e abandonam o que usavam antes. Havia, naquele tempo, um “chat” (bate-papo) muito bem bolado, através do qual conheci meu marido. Chamava-se “The Palace” (http://www.thepalace.com ). Era uma verdadeira mania, mas durou pouco, até que surgiu o ICQ, e para ele migrou grande parte dos internautas. Mas o ‘palace’ era muito melhor! A gente era representada por uma carinha, tipo “smiley face”, mas que parecia tridimensional,  e era chamada de avatar; a gente a colocava onde clicava, ela podia-se deslocar em ambientes diferentes, em vários países, passeando em parques, salões, bares, etc. Podíamos colocar chapéus, óculos e muitos outros acessórios, que eram chamados de props. Quando a gente pressionava a tecla “enter” para que aparecesse na tela o que tínhamos digitado, o texto aparecia dentro de um balãozinho direcionado ao nosso avatar, como nas histórias em quadrinhos. Havia opções de sons, com gargalhadas, beijos, pequenos trechos de músicas... Era fantástico!  Mas tudo passa, nunca mais ouvi ninguém falar sobre esse programa.
É claro que a evolução da tecnologia trouxe opções muito melhores. Atualmente, há várias possibilidades de ver com quem a gente conversa pela internet, usando computadores, telefones, tablets e sei lá mais quantos outros dispositivos. Quantas vezes, quando era jovem, ouvi gente se perguntando, sem acreditar, se um dia veríamos a pessoa do outro lado do telefone. Era quase uma anedota do impossível. Pois chegou o tempo de tanta coisa se tornar possível.
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