quarta-feira, junho 26, 2024

Cataratas

 

Extirpada a catarata, dessa cegueira não sofrerei. Ufa!

Junto com o cristalino, que já deixara de o ser, foram-se a miopia e o astigmatismo, engenhosamente corrigidos por lente fabricada a partir dos dados biométricos dos olhos e habilmente introduzida no lugar do cristalino. Vivas aos cirurgiões, vivas aos oftalmologistas! Vivas ao progresso!

Nem precisa daquela tortura de responder ao oculista com qual lente a gente vê melhor. Esta ou esta? Hmmmm... ele volta, passa para outra, esta, essa ou aquela... Exausta, eu já topava aceitar uma ou outra que, ao menos, desse para ler. Não! Para fabricar as lentes intraoculares, é a máquina que mede todas as dimensões e distorções dos nossos olhos e dá o veredicto.

Já foi um verdadeiro milagre, acabar com a minha miopia e também com o astigmatismo, que não eram pouca coisa. Não quis arriscar a lente intraocular multifocal que, supostamente, corrigiria também a presbiopia - vista cansada para os íntimos. Já estou velha mesmo, fiquei com ela. Vou precisar de óculos para perto, portanto.

Perdi o privilégio dos míopes de ler miudezas a olho nu, mas valeu a pena. Não precisarei usar óculos pesados e que nos fazem parecer ter aqueles olhos miúdos, com um estreitamento na região temporal, para quem nos vê através das lentes.

Não posso reclamar muito, pois durante toda a minha juventude, pude usar lentes de contato que me davam uma ótima acuidade visual. Foram décadas seguindo o ritual de colocar as lentes pela manhã e retirá-las à noite, antes de dormir. Tanto tempo as usei que o fato de estar enxergando bem sem óculos, após a cirurgia de catarata, fez meu cérebro lembrar-se daquela época e, à noite, tenho um vago impulso, que não chega a ser uma vontade, de tirar as lentes - um reflexo condicionado, penso eu. Retirá-las dava-me a recompensa do alívio de poder, finalmente, descansar os olhos dos cuidados requeridos e poder dormir em paz.

Cuidados também são necessários no período pós-operatório da cirurgia de catarata. Além dos colírios prescritos, há que se tomar muitas precauções para não deslocar a lente intraocular recém-instalada, para não ter infecções... Não é assim tão simples como apregoado, mas tudo é muito bem explicado pelos profissionais da saúde, não entramos no processo às cegas... não completamente, pelo menos... hahaha.

A cirurgia também não é uma coisa à toa, como dizem. Fica parecendo que é muito simples porque é feita hábil e rapidamente pelos cirurgiões oftalmologistas. Mas é um procedimento muito delicado e que exige muita perícia dos médicos. Não lhes retiremos o mérito!

Um detalhe digno de nota no pós-operatório é o efeito na claridade e nas cores... Fica para o próximo "capítulo", quando informar-me melhor sobre o fenômeno.

Graças a Deus, a ciência vai evoluindo e prolongando nossa vida útil. Viva o progresso!

Diga-se de passagem, o bom resultado do tratamento vai dar-me trabalho. Estou vendo teias de aranha e poeiras pela casa afora, que não tinha reparado antes... hahaha... Au boulot !

Nota: fiz uma busca rápida pela origem do nome "catarata" para o processo que ocorre no cristalino e parece que se deve ao fato de que, antigamente, pensavam que a catarata era causada pela queda de algum humor (líquido) do organismo para os olhos.